Outros três cidadãos iranianos foram igualmente acusados de participarem no mesmo crime na cidade de Isfahan, em meados de novembro do ano passado, tendo dois sido condenados à morte e o terceiro a dois anos de cadeia.
O caso judicial contra Azadani provocou fortes críticas em todo o mundo, sobretudo por parte de associações de futebolistas, tendo alguns meios de comunicação social estrangeiros noticiado que tinha sido condenado à morte, em dezembro.
De acordo com agências de notícias iranianas, em notícias difundidas hoje, o futebolista foi condenado a 16 anos de prisão por cumplicidade no assassinato dos três milicianos (basijis), ao que se soma mais cinco anos de cadeia por participação em protesto e dois anos por pertencer, segundo o tribunal do Irão, a grupos ilegais que "perturbam a ordem pública".
Azadani foi jogador de vários clubes de futebol do Irão nas épocas entre os anos 2016 e 2019, nomeadamente no Tractor Sazi, equipa treinada pelo técnico espanhol Paco Jémez.
No mesmo julgamento, os iranianos Saleh Mirhashemi, Majid Kazemi Sheikh Shabani e Saeed Yaqoubi foram condenados à morte depois de terem sido acusados de assassinato dos elementos da milícia, na cidade de Isfahan.
As três condenações à morte elevam para 11 o número total de pessoas sentenciadas à pena capital no Irão pelos protestos generalizados contra o regime de Teerão.
O Irão enfrenta indignação por parte da população desde o dia 16 de setembro, dia em que a jovem iraniana de origem curda, Mahsa Amini, ter morrido após ter sido detida pela polícia por não levar vestido o véu islâmico imposto pelas autoridades às mulheres no país.
Os protestos exigem o fim da República Islâmica fundada em 1979.
O governo tem reprimido de forma violenta as mobilizações levadas a cabo sobretudo por jovens e mulheres.
Até ao momento, pelo menos duas mil pessoas foram acusadas pela justiça iraniana de vários delitos pela participação nos protestos, tendo sido executados quatro dos condenados à morte pelos tribunais revolucionários.
No passado fim de semana os cidadãos Mohammad Mehdi Karami e Mohammad Hosseini foram executados depois de terem sido condenados pelo assassinato de um basiji.
As execuções, por enforcamento, têm provocado fortes críticas a nível internacional.
A União Europeia demonstrou "consternação" face às execuções e pediu a Teerão que "anule de imediato" as condenações à morte pronunciadas no contexto das manifestações de protesto.
Organizações de direitos humanos, como a Amnistia Internacional, referem-se aos julgamentos como "farsas", processos "injustos" ou "vinganças".
De acordo com a organização não-governamental, Iran Human Rights, com sede em Oslo, mais de 500 pessoas morreram nos confrontos e vinte mil foram detidas.
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