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Líder da oposição na Bolívia detido. Imagens mostram alguma 'agitação'

A polícia da Bolívia deteve, esta quarta-feira, o líder da oposição, Luis Fernando Camacho, que é também o governador da região de Santa Cruz, ação que deverá aumentar as tensões políticas e levar a uma nova agitação social.

Notícias ao Minuto

00:03 - 29/12/22 por Lusa

Mundo Bolívia

De acordo com a agência Associated Press (AP), a detenção foi anunciada pelo ministro do governo, Carlos Eduardo del Castillo, numa publicação nas redes sociais: "Informamos o povo boliviano que a polícia cumpriu uma ordem de detenção conta o senhor Luis Fernando Camacho".

O governo da Bolívia não revelou que acusações enfrenta o governador da região que é o 'motor económico' do país e a mais populosa.

Pouco depois da detenção, o governo da região de Santa Cruz afirmou, num comunicado citado pela AP, que Luis Fernando Camacho foi "raptado numa operação policial ilegitima, e foi levado para local desconhecido".

O governador de Santa Cruz foi detido perto de casa.

Um vídeo da detenção, partilhado nas redes sociais, mostra Luis Fernando Camacho algemado à beira da estrada, ao lado de polícias que empunhavam armas de fogo.

O advogado do governador disse ao jornal local El Deber que o seu cliente foi levado para La Paz para prestar declarações em processos abertos contra si.

O governo iniciou várias ações judiciais contra Camacho, incluindo uma por ter convocado uma greve contra a administração nacional do presidente Luis Arce, em novembro, que durou 36 dias. Camacho enfrenta acusações de sedição, traição e corrupção, entre outras.

Luis Fernando Camacho é o líder da aliança de oposição Creemos (Acreditamos, em português).

O papel de Camacho como líder da oposição cimentou-se em novembro, quando liderou a greve convocada para exigir ao governo, de esquerda, do presidente Arce, que antecipe um ano o censo populacional previsto para 2024.

Em julho, o governo da Bolívia adiou a realização do censo, para entre maio e junho de 2024, sob argumentos da "qualidade" dos dados e a necessidade de "despolitizar" o processo.

Santa Cruz acredita estar a ser prejudicada por um censo populacional (usado para recalcular a repartição de lugares no Congresso e de recursos públicos) desatualizado, com mais de 10 anos.

Luis Fernando Camacho liderou também os protestos de 2019 que forçaram o então presidente Evo Morales a deixar o poder, após eleições que a Organização dos Estados Americanos disse terem sido marcadas por fraude. Morales tentava a quarta reeleição consecutiva.

A notícia da detenção fez com que existisse alguma agitação nas ruas, com apoiantes do líder da oposição a dirigirem-se para o aeroporto El Trompillo, na Bolívia, por forma a impedir que este seja transportado para outro local, de acordo com a Reuters.

Veja as imagens das primeiras 'agitações'.

Leia Também: Duas novas vítimas elevam para 90 os femicídios na Bolívia em 2022

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