Kosovo proíbe entrada do patriarca da Igreja Ortodoxa Sérvia
As autoridades do Kosovo impediram hoje a entrada no país do patriarca da Igreja Ortodoxa Sérvia, Porfirije, que pretendia visitar a região para as festas de Natal ortodoxas que se celebram na próxima semana.
© Getty Images
Mundo Kosovo
Pristina condiciona a permissão de entrada à condenação, por parte deste líder religioso, dos "atos de violência" como os bloqueios de estradas pelos sérvios kosovares no norte de Kosovo.
O patriarca tinha previsto estar no Kosovo entre segunda e quarta-feira, para visitar crentes e mosteiros e igrejas sérvias ortodoxas, muitas delas medievais, incluindo a sede do antigo patriarcado ortodoxo em Pec.
Para permitir a sua entrada, o governo kosovar exigiu que a Igreja Ortodoxa Sérvia condenasse os seus membros que "entraram ilegalmente no Kosovo para apoiar grupos criminosos do norte, responsáveis pelas barricadas ali instaladas", e citou o nome de um padre, noticiou o portal kosovar Kossev.
Os líderes sérvios de Belgrado e do Kosovo classificaram a proibição de hoje como "vergonhosa".
Considerado pacífico e tolerante, Porfirije é conhecido pelos seus apelos à paz e à reconciliação entre sérvios e albaneses de Kosovo.
Pelo sétimo dia consecutivo, a minoria sérvia do Kosovo mantém os bloqueios de estradas e as autoridades temem que a concentração de forças da polícia kosovar, aumente a tensão na região.
A tensão entre Pristina e a população sérvia kosovar e de Belgrado, que tem crescido nos últimos meses, disparou com a detenção de vários polícias sérvios que deixaram a polícia kosovar em novembro.
Centenas de representantes sérvios retiraram-se das instituições do Kosovo depois de Pristina ter exigido que a população sérvia do Kosovo deixasse de usar matrículas de carros emitidas pela Sérvia.
Na semana passada, o governo kosovar avisou que se a KFOR não remover as barricadas sérvias na parte norte do país, as uas forças de segurança irão desempenhar essa missão.
O primeiro-ministro kosovar, Albin Kurti, anunciou também na semana passada que vai solicitar um encontro com o comandante da KFOR, que defende uma solução negociada para a atual crise.
Belgrado nunca reconheceu a secessão unilateral da sua ex-província do sul, autoproclamada em 2008 na sequência de uma guerra iniciada por uma rebelião armada albanesa em 1997 que provocou 13.000 mortos, na maioria albaneses, e motivou uma intervenção militar da NATO contra a Sérvia em 1999, à revelia da ONU.
Desde então, a região tem registado conflitos esporádicos entre as duas principais comunidades locais, num país com um terço da superfície do Alentejo e cerca de 1,8 milhões de habitantes, na larga maioria de etnia albanesa e religião muçulmana.
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