"Apresento as minhas mais sinceras condolências às vítimas do ataque a um centro cultural curdo em Paris. Os meus pensamentos estão com os membros da comunidade curda e os franceses neste dia triste", sublinhou, através da rede social Twitter.
Um cidadão francês de 69 anos, com antecedentes criminais por ataques racistas e que tinha saído da prisão no dia 11 deste mês, depois de ter atacado um acampamento de imigrantes, foi o autor do assassínio hoje de três curdos nas imediações de um centro cultural daquela comunidade na capital francesa, num tiroteio que também fez três feridos.
Um dos feridos encontra-se em estado crítico, segundo as autoridades.
O autor do massacre, um ferroviário reformado, tinha acesso a armas por fazer parte de um clube desportivo de tiro e não pertencia a qualquer grupo de extrema-direita, indicou o ministro do Interior francês.
My deepest sympathies go out to the victims of the attack at the Kurdish cultural center in Paris. My thoughts are with the members of the Kurdish community and people of France on this sad day.
— Secretary Antony Blinken (@SecBlinken) December 23, 2022
"Os curdos de França foram alvo de um odioso ataque no coração de Paris. Os meus pensamentos estão com as vítimas, com as pessoas que lutam por sobreviver, as suas famílias e amigos", indicou na rede social Twitter o Presidente da República francês, Emmanuel Macron, prestando homenagem às forças de segurança "pela sua coragem e o seu sangue-frio".
Les Kurdes de France ont été la cible d’une odieuse attaque au cœur de Paris. Pensées aux victimes, aux personnes qui luttent pour vivre, à leurs familles et proches. Reconnaissance à nos forces de l’ordre pour leur courage et leur sang-froid.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) December 23, 2022
O ataque provocou uma grande comoção na comunidade curda de França, que se prepara para assinalar o 10.º aniversário do assassínio de três dos seus ativistas, a 10 de janeiro de 2013, por um radical turco que os executou com um tiro na nuca.
Esse crime ocorreu muito perto da rua Enghien, no central 10.º bairro de Paris, em que está muito arreigada a comunidade curda da cidade e onde se situa o centro cultural que foi cenário do massacre de hoje.
O ataque desencadeou protestos por parte da comunidade curda junto, forçando a polícia francesa a utilizar gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes.
Os incidentes começaram quando a multidão se deparou com um cordão de agentes policiais que protegiam o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, que ali se deslocou para avaliar o andamento da investigação e dirigir-se à imprensa.
O ministro do Interior francês indicou que os seus serviços não tinham identificado uma ameaça particular contra aquela comunidade, mas anunciou que reforçará a segurança nos seus centros enquanto a situação é analisada.
Disse também que o autor do tiroteio não estava sinalizado por radicalização, embora tenha confirmado que tinha antecedentes criminais por atos racistas.
Hoje ferido durante a sua detenção, o autor do tiroteio com três vítimas mortais será interrogado nas próximas horas para tentar apurar o móbil do seu crime.
A Procuradoria Antiterrorista aguarda esse interrogatório para determinar se se tratou ou não de um atentado terrorista.
Por enquanto, a investigação centra-se nos crimes de homicídio, tentativa de homicídio, violência voluntária e violação da legislação de porte de armas, indicou a procuradora do ministério público de Paris, Laure Beccau, que também se dirigiu ao local do ataque.
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