O ELN proibiu o tráfego e toda a atividade ao longo dos rios San Juan, Sipí, Cajón e Calima na província predominantemente afro-colombiana de Choco, de acordo com uma declaração divulgada na quarta-feira.
"A greve começa a 15 de dezembro [hoje] a partir das 18:00 [23:00 em Lisboa]", anunciou o ELN, a última guerrilha ativa no país desde a desmobilização das antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), depois de um acordo de paz em 2016.
Os rebeldes justificaram a ação devido ao homicídio na segunda-feira do "jovem Santiago Cáceres pelos paramilitares", com a cumplicidade das forças da ordem, de acordo com o ELN.
Os guerrilheiros apelaram à população para respeitar esta greve para evitar "qualquer inconveniente", assegurando que as unidades estão no rio para "garantir a segurança e manter o controlo", indicou a mesma nota.
A decisão surgiu num mau momento para o Governo Petro, que anunciou no início desta semana ter "concluído com êxito" a primeira ronda de negociações com a guerrilha, em Caracas.
"O ELN deve agir de forma coerente, porque se estamos num cenário de paz, então deve compreender que este tipo de comunicação não faz nada pela credibilidade" do movimento, disse à imprensa o representante do Presidente para estas negociações de paz, Danilo Rueda.
Rueda acrescentou estar em contacto com os guerrilheiros para obter uma "resposta sobre este assunto".
Na segunda-feira, o Governo colombiano e o ELN concluíram, em Caracas, uma primeira ronda de conversações de paz, com um acordo para a libertação de reféns ou ações humanitárias, mas sem referência a um cessar-fogo.
De acordo com as autoridades, o ELN tem cerca de 2.500 membros e está sobretudo presente na região do Pacífico e na fronteira de 2.200 quilómetros de comprimento com a Venezuela.
Os últimos cinco Presidentes da Colômbia não conseguiram chegar a um acordo com o movimento.
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