Jornalistas angolanos marcham dia 17 contra ataques à classe

O secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) considerou hoje que os profissionais da comunicação social estão a ser "atacados", anunciando uma marcha de repúdio para o dia 17 deste mês.

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Lusa
05/12/2022 15:05 ‧ 05/12/2022 por Lusa

Mundo

Angola

Teixeira Cândido deu conta, em conferência de imprensa, da ocorrência de dois assaltos este ano, ambos em circunstâncias por esclarecer, tendo nas duas ações sido furtado o computador principal do SJA, com a base de dados.

Segundo o sindicalista, foi feita participação ao Serviço de Investigação Criminal no primeiro assalto, contudo, no "sábado, dia 3 de dezembro, a sede do sindicato voltou a ser assaltada e dela levaram curiosamente o mesmo computador".

"E mais uma vez não há sinais de arrombamento da porta, o cadeado que assegura a primeira porta estava aberto, estava no chão, sem que tivesse sido arrombado, estava tudo intacto, e levaram o computador", referiu.

Teixeira Cândido frisou que a fechadura, comprada num mercado e não numa loja "exatamente de propósito" por suspeita, foi trocada há 15 dias, acrescentando que a sede do sindicato está junto do Ministério do Interior, no terceiro andar de um prédio com vários moradores.

O responsável sindical contou que dois outros jornalistas de um órgão de comunicação social angolano e outro estrangeiro foram igualmente assaltados este ano e foram furtados os computadores.

"Para o Sindicato dos Jornalistas Angolanos, a situação provavelmente seria episódica, seria eventualmente uma situação de menos importância não fosse o facto de, em março deste ano, outros jornalistas terem sido assaltados nas mesmas circunstâncias e das suas residências terem levado computadores", frisou.

Teixeira Cândido salientou que, em março, o jornalista e diretor do jornal Expansão, João Armando, viu a sua casa assaltada, à noite, quando se encontrava a dormir, tendo os assaltantes levado dois computadores.

"Disse o colega João Armando que tinha no seu escritório outras coisas de valor, tinha joias, mas a intenção parecia que era só os dois computadores. A nossa colega da Lusa, Raquel Rio, também viu assaltada a sua casa em março e da sua casa levaram também apenas só o computador", relatou.

De acordo com Teixeira Cândido, outro colega da rádio MFM, Romão de Jesus, depois de ter recebido um telefonema anónimo, em que proferiram ameaças, foi assaltado quando saía da redação para a paragem e levaram o computador.

Depois do primeiro assalto, Teixeira Cândido disse que recebeu uma mensagem na qual perguntavam se tinha percebido o aviso que lhe tinham dado.

"Estamos aqui na presença de um ato que obviamente traduz uma prática que não pode ser um crime de oportunidade, porque o objeto é apenas o computador e só a casa dos jornalistas é que tem sido assaltada", sublinhou.

O secretário-geral do SJA disse que na manhã de hoje o SIC esteve na sede do sindicato, "mas a direção do Sindicato dos Jornalistas Angolanos entendeu que vai fazer uma marcha de repúdio este sábado a uma semana para protestar contra quem quer que seja".

"Porque entendemos que a nossa atividade é legal, o exercício do sindicalismo está na Constituição e a nossa atividade é transparente, é pública, o que nós defendemos é a liberdade de imprensa, porque sem liberdade de imprensa não existimos enquanto profissionais. É verdade que a par disso defendemos condições sociais dignas, mas o nosso escopo fundamental, fundador da nossa identidade, que nos identifica, é a liberdade de imprensa", observou.

Teixeira Cândido considerou que a atividade sindical "não está fácil", relatando os casos de outros sindicalistas, nomeadamente dos sindicatos dos médicos e do tribunal supremo, que sofreram represálias, situações que representam "o condicionalismo que o sindicalismo está a atravessar".

"Para nós não há outra leitura, são vários colegas a sofrerem o mesmo assalto e entendo que sim, estamos a ser atacados. Continuo a manter a fé nos meus colegas que trabalham no sindicato, até que o serviço de investigação nos diga o contrário", salientou.

Leia Também: Angola estuda impacto de fim dos subsídios ao preço dos combustíveis

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