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'Vice' argentina quer julgado mais um "coautor" de ataque de que foi alvo

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, solicitou na terça-feira o julgamento de Gabriel Carrizo como "coautor" do ataque de que foi alvo, alegando que as conversas que este teve naquela noite provam o seu "papel" no ataque.

'Vice' argentina quer julgado mais um "coautor" de ataque de que foi alvo
Notícias ao Minuto

08:45 - 23/11/22 por Lusa

Mundo Argentina

Em 26 de outubro, a Direção-Geral de Investigações e Apoio Tecnológico à Investigação Criminal (Datip) realizou uma série de testes nos dispositivos móveis dos dois principais suspeitos, Fernando Sabag Montiel e Brenda Uliarte, e também no telemóvel de Gabriel Carrizo, o quarto detido, acusado como um "participante secundário" do ataque contra Kirchner, ocorrido em 1 de setembro.

"Acabamos de tentar matar a Cristina", "a arma é minha, amigo" ou "queria disparar", são algumas das mensagens enviadas do telemóvel de Carrizo na noite do ataque, segundo o documento apresentado esta terça-feira perante o Tribunal pelos advogados da também ex-presidente (2007-2015).

Por esta razão, a atual vice-presidente pediu para que este seja acusado como "coautor" do crime de tentativa de homicídio qualificado, uma vez que, segundo a sua defesa, é "claro que Carrizo participou na decisão" de atentar contra a sua vida.

"Apenas atribuir a ele a entrega da arma deixa de fora o grosso da prova, que o revela como alguém que participou na decisão de cometer o ato e que foi, inclusive, uma liderança dentro do plano criminoso", destaca a defesa de Kirchner no requerimento apresentado à juíza María Eugenia Capuchetti, responsável pela investigação.

De resto, esta quarta-feira a justiça argentina define se aceita ou não a impugnação apresentada pela vice-presidente contra esta juíza, para que seja afastada do processo.

A defesa de Cristina Fernández de Kirchner também pediu a aplicação da figura de "associação ilícita" contra Sabag Montiel, Uliarte e Carrizo, uma vez que as suas atividades não visavam "exclusivamente matar a vice-presidente, mas desestabilizar o sistema político e constitucional em geral".

Os advogados de Kirchner insistiram ainda a necessidade de identificar todas as pessoas com quem Carrizo comunicou em relação ao ataque e chama-las a depor, ao mesmo tempo que solicitaram uma nova investigação sobre Carrizo, Uliarte e Sabag Montiel.

Nicolás Carrizo, conhecido como o chefe do "bando dos copitos", um grupo de vendedores de algodão doce, ao qual o brasileiro e a namorada também pertenciam, é acusado de intervir "ativamente" no planeamento, fornecendo uma arma de fogo que acabou por não ser usada.

Agustina Díaz, amiga de Uliarte, é acusada de ter cooperado no planeamento do ataque, em 01 de setembro, quando Kirchner regressava a casa e cumprimentava apoiantes que, desde 22 de agosto tinham montado uma vigília no local, no bairro da Recoleta.

De acordo com a acusação, Sabag Montiel, "aproveitando-se do estado de indefesa gerado pela multidão", apontou ao rosto de Kirchner uma pistola semiautomática de calibre 32, tentando atirar, mas a arma não disparou, apesar de conter cinco balas.

A vice-presidente sofreu um atentado enquanto decorriam manifestações à porta de sua casa, que começaram após um procurador ter pedido, em 21 de agosto, que Kirchner cumprisse 12 anos de prisão por alegada corrupção nos dois períodos em que foi presidente.

Fernández é acusada de ter cometido crimes de associação ilícita e administração fraudulenta de fundos públicos, por alegadas irregularidades na concessão de 51 obras públicas a organizações do empresário Lázaro Báez, durante o seu mandato e o de seu marido, o falecido Néstor Kirchner (2003- 2007), na província de Santa Cruz.

Para Cristina Kirchner, esta alegada "associação ilícita não tem 'pés nem cabeça', mas fundamentalmente é profundamente inconstitucional, profundamente anti-republicana e profundamente antifederal".

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