Macron faz apelo em cimeira contra hegemonia e confronto na Ásia Pacífico

O Presidente de França, Emmanuel Macron, apelou hoje às economias da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) para que recusem uma postura hegemónica e de confronto, defendendo a estabilidade na região.

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© LUDOVIC MARIN/AFP via Getty Images

Lusa
18/11/2022 06:46 ‧ 18/11/2022 por Lusa

Mundo

Emmanuel Macron

"Não acreditamos na hegemonia, no confronto. Acreditamos na estabilidade, acreditamos na inovação", disse o governante de França, que este ano é um dos países convidados da cimeira da APEC, que arrancou hoje em Banguecoque, na Tailândia.

Os líderes da região Ásia-Pacífico vão discutir ao longo de dois dias temas como a guerra no Ucrânia, a inflação, a crise energética e as mudanças climáticas.

No final, espera-se que cheguem a um acordo para um comunicado final, algo que não foi possível em reuniões ministeriais anteriores, este ano, devido a divisões com Moscovo, na sequência da invasão russa na Ucrânia.

"Esta guerra também é um problema vosso", disse ainda Emmanuel Macron, apelando aos participantes do evento para se juntarem num "consenso crescente" contra a guerra na Ucrânia.

Na abertura do evento, o primeiro-ministro tailandês, Prayuth Chan-ochana, sublinhou a necessidade de "combater os efeitos económicos da pandemia da covid-19".

"Também somos afetados por outras questões globais e pela crise climática que afeta não só a Ásia-Pacífico, como também os meios de subsistência em todo o mundo", disse o anfitrião.

O governante pediu aos participantes para cooperarem na prevenção da crise climática e na "transição para um novo modo de vida", numa cimeira em que a Tailândia procura aprovar uma série de medidas para um desenvolvimento sustentável.

O Presidente chinês, Xi Jinping, e os homólogos de França, Emmanuel Macron, e do Chile, Gabriel Boric, bem como Fumio Kishida, Justin Trudeau e Anthony Albanese, respetivamente primeiros-ministros do Japão, Canadá e Austrália, são alguns dos líderes presentes em Banguecoque.

A cimeira fica marcada pelas ausências do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que estará no casamento de uma neta na Casa Branca, no sábado, do Presidente russo, Vladimir Putin, além dos homólogos do Peru, Pedro Castillo, e do México, Andrés Manuel López Obrador.

Os Estados Unidos fazem-se representar pela vice-Presidente, Kamala Harris.

A cimeira da APEC não se realiza pessoalmente desde 2018, tendo sido suspensa em 2019 devido a protestos no Chile e, nos últimos dois anos, devido à pandemia de covid-19.

As economias integrantes da APEC são Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Hong Kong, China, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Peru, Filipinas, Rússia, Singapura, Taiwan, Tailândia, Estados Unidos e Vietname.

Este ano, o fórum tem como países convidados a França, a Arábia Saudita e o Camboja.

O fórum representa cerca de 60% do PIB mundial, quase metade do comércio mundial, formando um mercado de cerca de 2,9 mil milhões de consumidores, quase 40% da população mundial.

Leia Também: França apoia ideia de Lula da Silva de cimeira climática na Amazónia

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