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Moçambique. PAM pode interromper ajuda humanitária por falta de fundos

A escassez de financiamento pode obrigar o Programa Alimentar Mundial (PAM) a interromper em fevereiro a assistência básica a cerca de um milhão de pessoas afetadas pela violência armada em Cabo Delgado, norte de Moçambique, alertou hoje a agência.

Moçambique. PAM pode interromper ajuda humanitária por falta de fundos
Notícias ao Minuto

14:07 - 11/11/22 por Lusa

Mundo Moçambique/Ataques

"A situação de financiamento do PAM é preocupante há algum tempo e agora estamos a ficar sem opções e todas essas atividades estão em risco", disse Antonella D'Aprile, representante do PAM em Moçambique, numa nota enviada hoje à Lusa.

De acordo com a representante do PAM em Moçambique, a agência precisa de 51 milhões de dólares (cerca de 49,5 milhões de euros) para continuar a prestar a assistência às populações afetadas pelo conflito.

"O número de pessoas deslocadas quadruplicou para quase um milhão de pessoas nos últimos dois anos", declarou Antonella D'Aprile, alertando que sem apoios adicionais a agência pode interromper a assistência em fevereiro, "pico" da "temporada de fome" no país.

"Cabo Delgado é a província com maior insegurança alimentar em Moçambique e a situação continua a deteriorar-se", frisou a responsável.

Segundo a fonte, a violência armada em Cabo Delgado intensificou-se nos últimos meses, com ataques a distritos próximos da capital provincial (Pemba) e na vizinha província de Nampula, obrigando mais pessoas a fugirem das suas aldeias.

"Além dos desafios para financiar as suas operações de assistência alimentar, o PAM enfrenta deficiências de financiamento para o Serviço Aéreo Humanitário das Nações Unidas (UNHAS), que administra em nome de toda a comunidade humanitária", acrescentou Antonella D'Aprile.

A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada promovida por rebeldes, com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

Em cinco anos, o conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

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