Ambiente estará no centro da política externa em governo de Lula da Silva

O meio ambiente estará no centro da política externa do Brasil numa eventual vitória de Lula da Silva nas presidenciais de domingo, segundo asseguram três dos principais aliados de campanha do antigo presidente.

Lula da Silva, Brasil,

© Rodrigo Paiva/Getty Images

Lusa
27/10/2022 21:25 ‧ 27/10/2022 por Lusa

Mundo

Brasil/Eleições

A informação foi dada numa conferência de imprensa com jornalistas estrangeiros, organizada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), com Aloísio Mercadante, coordenador do plano de Governo de Lula da Silva, Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente e deputada eleita, e Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores e consultor para assuntos internacionais do antigo presidente.

"O clima terá centralidade [na agenda de política externa], mas o Brasil não se furtará de participar das grandes questões se for chamado, como às [ações] ligadas à pandemia e a paz mundial", afirmou Amorim.

Para o antigo ministro, que liderou a diplomacia brasileira durante os oito anos dos governos de Lula da Silva, entre 2003 e 2010,as mudanças climáticas terão papel central da política externa brasileira, porque "da questão climática depende a sobrevivência do planeta e se você não sobreviver não há como falar sobre soberania".

"Haverá uma centralidade muito importante. Dentro desta centralidade haverá abertura para cooperação, tanto com países desenvolvidos como com países em desenvolvimento (...) O que está em jogo é também como o Brasil lutará pela sobrevivência do planeta e a favor de valores civilizatórios", frisou Amorim.

Maria Silva, que ganhou relevância internacional ao comandar as políticas de meio ambiente do Brasil durante os governos de Lula da Silva promovendo ações que reduziram a desflorestação da Amazónia em quase 80%, também defendeu que no novo programa de Governo do ex-presidente há eixos e estratégias robustas para enfrentar a desmontagem da política ambiental registada no Governo do atual Presidente, Jair Bolsonaro, recolocando o país numa trajetória de sucesso nesta área.

"O Brasil foi responsável, em 2021, por 40% das florestas virgens destruídas no mundo. Enfrentar este problema não é fácil. Mas o programa [de Lula da Silva] já vem discutindo uma série de medidas (...) O Presidente Lula se comprometeu publicamente com uma política ambiental brasileira que eu considero mais avançadas, será uma política transversal, não será mais uma política setorial", afirmou Marina Silva.

A ex-ministra, que tem atuado a favor da campanha do candidato do PT desde a primeira volta, disse que num eventual novo Governo de Lula da Silva o país adotará na Amazónia "tolerância zero com o desflorestamento para alcançar desfloramento zero".

Maria Silva acrescentou que as políticas ambientais que compõem o programa de Governo de Lula da Silva têm como meta também "fazer uma transição para uma agricultura de baixo carbono".

"O Brasil é uma potência agrícola e nós vamos trabalhar para aumento de produção pelo ganho de produtividade sem expansão das plantações em áreas de florestas", afirmou Marina Silva.

A aliada mencionou que se Lula da Silva vencer as presidenciais o Brasil enviará à Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP27), no Egito, em novembro, representantes que defenderão metas mais ambiciosas de redução de emissões dos gases com efeito estufa, citando ações para emissões de gás carbónico e metano.

"No caso de o Brasil assumir este protagonismo novamente temos todo este esforço e um legado que foi produzido no passado (...) O Brasil sabe o que fazer para recuperar este protagonismo. Sabemos o que fazer e como fazer", declarou.

"O Brasil assumiu protagonismo porque liderou pelo exemplo. Nós lideramos pelo exemplo o combate à pobreza e por isto somos referência. Lideramos combate ao desfloramento e por isto fomos referência", avaliou Marina Silva.

A aliada de Lula da Silva lembrou que cerca de 70% das emissões de gases de efeito estufa do país estão ligados às queimadas nas florestas, especialmente na Amazónia, problema que já foi combatido com esforços internos.

Porém, reconheceu que há grandes desafios a serem superados para implantar uma nova política ambiental que garanta a conservação das florestas e o desenvolvimento e também defendeu que o país mudará a sua atuação em fóruns internacionais.

"O Brasil vai para a COP no Egito no sentido de trabalhar para aumentar as metas de reduções de emissões", disse, referindo-se a uma mudança de atuação do Governo brasileiro caso o antigo presidente seja eleito.

A média das últimas sondagens realizadas no país indica que Luiz Inácio Lula da Silva lidera a corrida presidencial com cerca de cinco pontos à frente de seu adversário, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição.

A segunda volta da eleição presidencial brasileira será disputada por Lula da Silva e por Jair Bolsonaro, que tentará a reeleição, no próximo domingo.

Leia Também: Lula da Silva promete que será "presidente de um mandato" se for eleito

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