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Compromissos para limitar aumento da temperatura "aquém do necessário"

Os compromissos assumidos por países, empresas, cidades e investidores para limitar o aumento da temperatura global estão "aquém do necessário", diz a organização "Climate Action Tracker" (CAT), que avisa ser necessário acelerar medidas em todos os setores.

Compromissos para limitar aumento da temperatura "aquém do necessário"
Notícias ao Minuto

17:49 - 27/10/22 por Lusa

Mundo Temperaturas

Num relatório sobre o "Estado da Ação Climática 2022" a organização internacional avaliou 40 indicadores respeitantes aos esforços para limitar o aquecimento global a 1,5ºC (graus celsius) e concluiu que nenhum está "no bom caminho". Seis deles vão na direção certa mas a pouca velocidade, 21 vão ainda mais devagar, e cinco vão em sentido contrário (nos restantes não há dados suficientes).

A CAT tem como objetivo monitorizar as ações governamentais para a redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE). O relatório, produzido com mais quatro parceiros, analisa os progressos recentes na aceleração da ação climática de setores que ao todo são responsáveis por 85% das emissões globais: energia, edifícios, indústria, transportes, florestas e terras, e alimentação e agricultura.

Segundo o documento, atingir os objetivos para 2030, reduzir para metade as emissões de GEE, exigirá um "enorme" aumento do esforço. O carvão para produzir eletricidade, por exemplo, terá de ser eliminado seis vezes mais depressa do que as taxas atuais. E a desaceleração da taxa anual de desflorestação terá de ser 2,5 vezes mais rápida.

A CAT reconhece que está em curso uma grande transformação na maior fonte mundial de emissões de dióxido de carbono, a energia - de 2019 para 2021 a produção de energia solar cresceu 47% e a eólica 31% -, mas acrescenta que como a produção total de eletricidade continua a aumentar a percentagem de renováveis não sofreu praticamente alteração líquida desde 2000 e o uso do carvão e do gás para produzir eletricidade continua a aumentar. É preciso acelerar seis vezes a produção de energias limpas, e acelerar seis vezes a redução do uso do carvão, encerrando anualmente 925 centrais a carvão até 2030.

Depois, ainda de acordo com o documento, é necessário acelerar a eficiência energética dos edifícios, com as novas construções concebidas para não gerarem emissões, e reduzir as emissões da indústria, que até agora têm vindo a subir.

E porque o uso de automóveis "tem vindo a aumentar" é precisa uma mudança para "modos de transporte mais sustentáveis". A mudança nesta área, preconiza a CAT, tem de ser seis a 10 vezes mais rápida.

Fundamental também é reduzir de forma dramática a desflorestação e a perda de mangais e turfeiras.

"No entanto, as iniciativas globais para proteger estes ecossistemas continuam a ser lamentavelmente insuficientes. De 2015 a 2021, a desflorestação ocorreu numa área aproximadamente do tamanho do Iraque (45 milhões de hectares)", diz-se no documento, acrescentando que "o mundo precisa também de restaurar 300 milhões de hectares de florestas e 20 milhões de hectares de turfeiras até 2050, bem como 240.000 hectares de mangais até 2030".

Diz ainda a CAT que o financiamento do clima tem de ser 10 vezes mais rápido do que o atual. E salienta que as emissões de GEE de hoje são superiores a 2015, quando foi assinado o Acordo de Paris por 196 países.

Salientando que, com os atuais compromissos, o mundo está longe de reduzir para metade as emissões de GEE em 2030, a CAT lembra que os países "estão agora a braços com numerosas crises que correm o risco de esmagar a ação climática, desde a invasão russa da Ucrânia e os seus impactos em cascata na segurança alimentar e energética até às recessões que se seguem à pandemia e ao aumento da inflação".

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