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EUA impõem mais sanções ao Irão por morte de jovem curda

Os Estados Unidos impuseram hoje novas sanções a membros da agência de serviços secretos do Irão, líderes da Guarda Revolucionária e diretores prisionais, 40 dias após a morte de uma jovem curda iraniana detida pela "polícia da moral".

EUA impõem mais sanções ao Irão por morte de jovem curda
Notícias ao Minuto

18:07 - 26/10/22 por Lusa

Mundo Irão

As sanções do Governo norte-americano decretaram o congelamento de bens e o pagamento de multas a dez membros da liderança do Irão, prosseguindo uma série de medidas impostas a Teerão pela repressão exercida sobre os manifestantes e interrupção do acesso à internet.

Entre os alvos das mais recentes sanções, estão o comandante da organização de serviços de informações da Guarda Revolucionária iraniana, diretores de algumas prisões e uma empresa iraniana cuja atividade consiste em filtrar as redes sociais.

A "polícia da moral" iraniana, encarregada de zelar pelo cumprimento do rígido código de vestuário feminino da República Islâmica, deteve a jovem curda iraniana de 22 anos Mahsa Amini a 13 de setembro, em Teerão, onde estava de visita, proveniente da sua cidade natal, na região curda ocidental do país.

A polícia agrediu-a violentamente e deteve-a porque, embora envergasse o hijab (véu islâmico), este estava demasiado solto, deixando à mostra parte do cabelo da jovem. O Irão exige que as mulheres usem o véu de forma a cobrir totalmente o seu cabelo em público.

A jovem entrou em coma enquanto estava sob custódia policial e foi transportada para um hospital, onde morreria três dias depois, a 16 de setembro.

Amini continua a estar no centro de fortes protestos que decorrem há mais de um mês no Irão e que têm representado um dos maiores desafios à ordem imposta pela República Islâmica desde que em 2009 as manifestações do Movimento Ecologista levaram milhões para as ruas.

A sua morte desencadeou protestos em dezenas de cidades por todo o país de 80 milhões de pessoas, com jovens mulheres a marcharem pelas ruas expondo publicamente e cortando o cabelo. O Governo iraniano reagiu com forte repressão, atribuindo a culpa das manifestações à ingerência estrangeira.

Os grupos de defesa dos direitos humanos afirmam que desde o início dos protestos, há mais de um mês, as forças de segurança iranianas mataram mais de 200 pessoas, incluindo crianças.

"Quarenta dias após a trágica morte de Mahsa Amini, os iranianos continuam a protestar corajosamente enfrentando uma violenta repressão e a interrupção do acesso à internet", declarou o subsecretário para o Terrorismo e Serviços de Informações Financeiras norte-americano, Brian Nelson.

"Estas sanções são parte do nosso compromisso para responsabilizar todos os níveis do Governo iraniano pela repressão que exercem" sobre a população, sublinhou o responsável.

Leia Também: Irão. Polícia dispara contra multidão em homenagem a Mahsa Amini

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