O governo polaco apelou esta segunda-feira aos seus cidadãos residentes na Bielorrússia para abandonarem o país. O anúncio surgiu depois de uma escalada nas tensões diplomáticas entre os dois países devido à guerra na Ucrânia.
A Bielorrússia é o principal aliado de Moscovo, e o seu ditador, Aleksandr Lukashenko, tem reiterado o seu apoio por Putin e pela Rússia - parte da invasão inicial à Ucrânia passou por território bielorrusso e há tropas de Minsk a lutar do lado russo (embora muitas tenham desertado e lutado do lado ucraniano).
Esta segunda-feira, o líder bielorrusso acusou Polónia, Lituânia e Ucrânia de prepararem ataques "terroristas" e uma "sublevação militar" na Bielorrússia, após ter anunciado a formação de um agrupamento militar "regional" com Moscovo.
No seu site, o governo polaco recomenda que "todos os cidadãos polacos presentes no território da República da Bielorrússia saiam pelos meios comerciais e privados disponíveis".
A situação diplomática entre Polónia e Bielorrússia mantem-se tensa desde 2021, quando Minsk usou refugiados provenientes do Médio Oriente, especialmente do Iraque, para criar uma crise na fronteira com a Polónia. O regime bielorrusso dificultou as operações de apoio a refugiados na fronteira, levando à morte de várias pessoas durante o rigoroso inverno - e vários migrantes permanecem presos entre os dois países.
Além disso, a Polónia argumenta que os cidadãos bielorrussos de minoria polaca enfrentam repressão por parte de Minsk, e alguns estão mesmo detidos por motivos políticos.
A ditadura de Lukashenko é considerada uma das mais repressoras atualmente, com as últimas eleições - nas quais a sua opositora, Sviatlana Tsikhanouskaya, argumenta ter sido a vencedora, com o apoio de observadores internacionais - a motivarem uma onda de sanções contra o seu governo. O alinhamento com o Kremlin na guerra na Ucrânia valeu a Lukashenko e a Minsk mais sanções, impostas sobre a economia bielorrussa.
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