O CIK referiu-se a "irregularidades e a ausência de lógica matemática", e ainda a provas materiais "que demonstram que o processo foi contaminado", assinalou a emissora regional N1.
A oposição sérvia considera que a sua candidata, Jelena Trivic, derrotou o nacionalista pró-russo Milorad Dodik, o político que tem dominado a RS desde há 15 anos e que foi acusado de "tendências secessionistas".
Milhares de pessoas já se manifestaram por duas vezes em Banja Luka, a capital da entidade sérvia da Bósnia-Herzegovina, para exigir uma recontagem dos votos e acusar Dodik de fraude.
Trivic, uma professora universitária de 39 anos que centrou a sua campanha no combate ao crime organizado e à corrupção, proclamou vitória na noite eleitoral ao basear-se nos resultados nos dados do seu Partido do Progresso Democrático (PDP, conservador, nacionalista e pró-europeu).
No entanto, Dodik também se proclamou vencedor e a contagem quase total dos votos efetuada pelo CIK fornece-lhe uma vantagem de cinco pontos (48,2% contra 43,4% para Trivic).
No passado dia 02 de outubro a Bósnia-Herzegovina elegeu os três membros da presidência colegial e os deputados do parlamento central.
Os cerca de 3,4 milhões de eleitores inscritos também elegeram os parlamentos das duas entidades -- a Republika Srpska e a Federação comum de bosníacos [muçulmanos] e croatas --, o presidente sérvio bósnio e as assembleias dos dez cantões da Federação.
Este complexo processo eleitoral foi herdado dos acordos de paz de Dayton, assinados em finais de 1995 pondo termo a três anos e meio de violenta guerra civil e que promoveram a emergência das duas entidades, com o reconhecimento dos seus "três povos constituintes".
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