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Prémio Nobel da Literatura vai para a francesa Annie Ernaux

A temporada de 2022 de anúncio dos prémios Nobel começou esta segunda-feira, com o de Medicina, e culmina a 7 de outubro com o da Paz, categoria este ano muito aguardada, em tempo de guerra na Europa.

Prémio Nobel da Literatura vai para a francesa Annie Ernaux
Notícias ao Minuto

12:01 - 06/10/22 por Beatriz Maio com Lusa

Mundo Nobel

Já é conhecida a vencedora do Prémio Nobel da Literatura de 2022. O galardão foi atribuído à escritora francesa Annie Ernaux "pela coragem e acuidade clínica com que põe a descoberto as raízes, alienações e constrangimentos coletivos da memória pessoal".

O prémio foi anunciado esta quinta-feira em Estocolmo, na Suécia. A temporada de 2022 de anúncio dos prémios Nobel começou na segunda-feira, com o de Medicina, e culmina a 7 de outubro com o da Paz, categoria este ano muito aguardada, em tempo de guerra na Europa. Pelo meio, foram já atribuídos os galardões de Física, a 4 outubro e o da Química, a 5 de outubro.

Annie Ernaux, de 82 anos, nascida Annie Duchesne, é uma escritora galardoada. Venceu o primeiro prémio de Romance Honorário, em 1977, com a obra 'Ce qu'ils disent ou rien'. Em 1984, ganhou o Prémio Renaudot pela obra autobiográfica 'La Place'.

Em 2008, foi várias vezes reconhecida, destacando-se o Prix De La Langue Française e, em 2014, recebeu o Docteur Honoris Causa. Em 2016, conquistou o Prix Strega Européen e, em 2017, foi congratulada com o Prémio Marguerite-Yourcenar, concedido pela Sociedade Civil de Autores Multimídia. Já em 2018, conquistou o Prémio Hemingway para a literatura.

"Na sua escrita, de forma consistente e a partir de diferentes perspetivas, Ernaux examina a vida, marcada por fortes disparidades sobre género, linguagem e classe. O seu caminho para a criação autoral foi longo e árduo", lê-se na justificação da academia.

Autora de 'Os Anos' e 'Uma Paixão Simples', Annie Ernaux, nome sempre falado para os principais prémios literários, regressou à primeira linha das possíveis escolhas para o Nobel da Literatura, exatamente após a publicação do seu romance 'L'événement'/'O Acontecimento', baseado na sua própria experiência.

A obra narra a angústia de uma jovem estudante obrigada a um aborto clandestino, em França, em 1964, 11 anos antes da despenalização no país.

Adaptado ao cinema pela realizadora francesa Audrey Diwan, o filme, de título homónimo, venceu o Leão de Ouro de melhor filme, o prémio máximo do Festival Internacional de Cinema de Veneza, em 2021.

A escritora, em Portugal, é atualmente publicada pelo grupo Porto Editora.

Nascida em Lillebonne, na Normandia, em 1940, Annie Ernaux formou-se em Letras Modernas nas universidades de Rouen e de Bordéus.

A editora portuguesa da escritora define-a como "uma das vozes mais importantes da literatura francesa", na atualidade, "destacando-se por uma escrita na qual se fundem a autobiografia e a sociologia, a memória e a história dos eventos recentes".

Em Portugal foram publicados 'O lugar', pela editora Fragmentos, em 1987, 'Os anos', numa nova edição dos Livros do Brasil, em 2020, assim como 'Uma paixão simples', que surgiram ainda na década de 1990. 'O Acontecimento' prosseguiu este ano a publicação da obra de Annie Ernaux, nesta chancela da Porto Editora.

Ernaux encontrava-se entre os principais candidatos ao Prémio Nobel da Literatura de 2022, de acordo com as apostas feitas durante a última semana, surgindo muito perto do francês Michel Houellebecq e da canadiana Anne Carson.

Entre vários candidatos masculinos, o Prémio Nobel de Literatura foi entregue a dezessete mulheres desde 1901, sendo a primeira Selma Lagerlöf, em 1909. 

Os vencedores recebem um diploma, uma medalha de ouro e uma quantia em dinheiro, que este ano será de 10 milhões de coroas suecas, o equivalente a cerca de 919 mil euros, a dividir pelas várias categorias.

[Notícia atualizada às 12h13]

Leia Também: Michel Houellebecq e Anne Carson lideram favoritos ao Nobel da Literatura

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