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Filha de Desmond Tutu impedida de celebrar funeral por ser casada com mulher

A filha do Prémio Nobel da Paz sul-africano Desmond Tutu, que trabalha como sacerdote nos Estados Unidos, foi proibida de realizar um funeral em Inglaterra, porque é casada com uma mulher, foi hoje divulgado.

Filha de Desmond Tutu impedida de celebrar funeral por ser casada com mulher
Notícias ao Minuto

18:16 - 23/09/22 por Lusa

Mundo Mpho Tutu-van Furth

Mpho Tutu-van Furth, sacerdote da Igreja Episcopal nos Estados Unidos, devia celebrar a missa fúnebre do seu padrinho na quinta-feira, na zona de Birmingham, mas a diocese não permitiu a cerimónia.

"Reconhecemos que esta é uma situação difícil. Foi dado aconselhamento em conformidade com as atuais diretrizes da Câmara dos Bispos sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo", escreveu a Diocese de Hereford (oeste de Inglaterra), numa declaração enviada à AFP.

A igreja de Inglaterra, que tem cerca de 85 milhões de membros em todo o mundo, tem permitido que homens e mulheres homossexuais em parcerias civis se tornem padres desde 2005. Mas divide-se há anos sobre a questão do reconhecimento das uniões do mesmo sexo entre os ramos liberais, nos Estados Unidos e no Reino Unido, e os conservadores, no Quénia e na Nigéria.

"Todos concordamos que a compreensão cristã e a doutrina do casamento como união vitalícia entre um homem e uma mulher permanecem inalteradas", lê-se num texto da Câmara dos Bispos sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Mpho Tutu-van Furth foi entrevistada pela BBC e classificou o evento de "muito rude e doloroso". Por seu lado, a igreja foi hoje fortemente criticada nas redes sociais.

Em 2016, a filha de Desmond Tutu, antigo arcebispo anglicano e herói anti-apartheid, que morreu em dezembro de 2021, foi forçada a renunciar ao sacerdócio na Igreja Anglicana da África do Sul, após casar com a sua companheira.

Desmond Tutu tinha-se pronunciado a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. "Eu não adoraria um Deus homofóbico (...). Recusar-me-ia a ir para um paraíso homofóbico (...). Sou tão apaixonado por esta causa como sempre fui em relação ao apartheid", disse o arcebispo numa campanha da ONU pelos direitos dos homossexuais em 2013.

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