"Onze agricultores foram executados por balas ontem [terça-feira] de manhã por elementos do Boko Haram a sete quilómetros de Toummour", disse à agência France-Presse Issa Bonga, autarca da localidade na região de Diffa, junto ao lago Chade, entre Níger, Nigéria e Chade.
No Níger, as autoridades, em particular as da região de Diffa, raramente distinguem entre o Boko Haram e o seu ramo dissidente, o Estado Islâmico na África Ocidental (Iswap).
A vasta zone do lago Chad está repleta de ilhotas e pântanos que servem de refúgio a essas duas organizações.
As 11 vítimas tinham saído para cortar lenha no mato quando foram intercetadas por elementos do Boko Haram, explicou o autarca.
Os nove nigerinos são provenientes de Bosso, uma comuna situada nas margens do lago Chade e próxima de Toummour.
Uma outra fonte, a página "Jeunesse Diffa" na rede social Facebook, indica, por seu lado, que "13 lenhadores partiram em busca de madeira e foram intercetados por elementos do Iswap. Onze foram executados".
"Os terroristas lançaram uma mensagem, através de um dos lenhadores libertados, para avisar os moradores que não frequentem" a zona onde operam, acrescenta a publicação, conhecida por divulgar informações regulares sobre a situação de segurança na região.
No início do mês, vários pescadores nigerinos e nigerianos foram mortos por extremistas islâmicos após desobedecerem a uma ordem para que deixassem a zona do lago Chade.
Os extremistas tinham dado um prazo, até ao final de agosto, para que a população deixasse as ilhas, matando quem desobedecesse, segundo um responsável local no Níger.
Segundo as Nações Unidas, a região de Diffa acolhe 300.000 refugiados nigerianos e deslocados internos, expulsos pelas ações do Boko Haram e do Iswap.
Para combater os 'jihadistas', os exércitos do Chade, Camarões, Níger e Nigéria, assim como no Benim, reativaram em 2015 uma Força Multinacional Mista.
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