Venezuela emite 8 ordens de detenção por corrupção na petrolífera estatal

O Ministério Público anunciou hoje que emitiu ordens de detenção contra o ex-ministro da Energia e Petróleo Rafael Ramírez e outras sete pessoas acusados de corrupção na empresa estatal Petróleos da Venezuela SA (PDVSA).

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Lusa
01/09/2022 19:59 ‧ 01/09/2022 por Lusa

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Venezuela

"Solicitou-se um mandado de captura para Rafael Ramírez Carreño, Juan Andrés Wallis Brandt, Víctor Aular Blanco (já detido), Luís Oberto Anselmi, Ignacio Oberto Anselmi, Nervis Villalobos Cárdenas, Abraham Ortega Morales e Leopoldo Alejandro Betancourt López", anunciou o Procurador-Geral da Venezuela.

Tarek William Saab anunciou ainda, durante uma conferência de imprensa em Caracas, que foram ordenadas nove rusgas "a propriedades destes criminosos".

"Adicionalmente, foram também solicitadas medidas de proibição de alienação e de bloqueio e imobilização de contas e outros instrumentos financeiros e a apreensão de bens", explicou.

Tarek William Saab precisou que interrogou o já detido Víctor Aular Blanco, que "confirmou a totalidade da responsabilidade intelectual e material do fugitivo Rafael Ramírez" numa operação de corrupção contra a PDVSA.

O Governo venezuelano acusou, na quarta-feira, o ex-ministro da Energia e Petróleo da Venezuela Rafael Ramírez de liderar uma operação fraudulenta que comprometeu o património da estatal Petróleos da Venezuela SA (PDVSA) em 4.850 milhões de dólares (4.838 milhões de euros).

"Foi uma megaoperação de roubo contra a PDVSA. Num ano a PDVSA pagou 4.850.000.000 de dólares por um financiamento em bolívares que nunca existiu. Temos todos os recibos certificados de transferência", denunciou o atual ministro de Petróleo da Venezuela.

Durante uma conferência de imprensa, transmitida pela televisão estatal venezuelana, Tarek El Aissami explicou que acudiu ao Ministério Público e pediu ao Procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, que investigue a "operação fraudulenta".

"Entregámos-lhe uma cópia certificada dos 28 comprovativos das transferências e toda a informação correspondente a cada conta dos fundos [em dólares] Violet e Vuelca, que foram roubados, que roubou Rafael Ramírez com a colaboração de outros", explicou Tarek El Aissami.

Segundo o atual ministro de Petróleo da Venezuela, a operação começou em 29 fevereiro de 2012, quando Rafael Ramírez era ministro da Energia e Petróleos da Venezuela e também presidente da estatal PDVSA, empresa que 14 dias depois "pagou a primeira prestação em dólares aos fundos Violet e Vuelta" de "um suposto financiamento em bolívares que nunca existiu".

Tarek El Aissami anunciou que pediu também ao Ministério Público que "tramite a correspondente ordem de detenção internacional contra Rafael Ramírez, o principal ator moral e material deste mega-roubo sem precedentes na indústria petrolífera venezuelana".

Radicado na Itália, o ex-ministro Rafael Ramírez, usou as redes sociais para alertar os venezuelanos que o Governo do Presidente Nicolás Maduro preparava "outro falso positivo" (coisa que parece se o que não é) contra si.

"Aviso-os de que o Governo está a preparar outro 'pote' contra mim. Tarek El Aisami, em vez de ocupar-se com a PDVSA e os seus trabalhadores, irá montar outro falso positivo. Será interessante porque vou explicar a todo o país como os filhos de Cília Flores [mulher do Presidente da República] desfalcaram a PDVSA", escreveu Ramírez na sua conta do Twitter.

O ex-presidente da PDVSA, explica que Tarek El Aissami "é procurado e está sancionado pela justiça internacional por graves delitos, incluindo o narcotráfico" o que "tira toda a legitimidade às suas acusações".

"O madurismo trata de fazer comigo o que a direita fez com Lula [da Silva, no Brasil]. O mesmo guião, os mesmos argumentos (...). Esta estratégia chama-se 'Lawfare) e é usada para perseguição política na nossa região", afirma.

Leia Também: Covid-19. Venezuela deixa de exigir validação de vacinação a turistas

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