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Confrontos entre milícias no Iraque fazem quatro mortos

Pelo menos quatro pessoas morreram hoje após confrontos na província iraquiana de Bassorá (sul) entre o grupo xiita Asaib Ahl al-Haq e a milícia Saraya al-Salam, que apoia o clérigo xiita Muqtada al-Sadr.

Confrontos entre milícias no Iraque fazem quatro mortos
Notícias ao Minuto

11:36 - 01/09/22 por Lusa

Mundo Iraque

Homens armados perto da sede da Asaib Ahl al-Haq em Bassorá abriram fogo contra um veículo em que seguia o líder da ala militar da Saraya al-Salam, Husein Fuad, apoiante do movimento 'Sadrista', segundo depoimentos recolhidos pelo portal de notícias Shafaq News.

Após o início dos confrontos, o secretário-geral do movimento al-Haq, Qais al Jazali, ordenou o fecho da sede do movimento em todas as regiões e cidades do Iraque até novo aviso, segundo a agência de notícias NINA.

Cerca de 35 pessoas morreram desde segunda-feira no Iraque na sequência de mobilizações de apoiantes de al-Sadr e confrontos com grupos rivais.

Membros do Saraya al Salam estiveram envolvidos em confrontos nos últimos dias com milícias apoiadas pelo Irão, lançando granadas na Zona Verde da capital, onde estão localizados departamentos do governo e embaixadas.

Os combates eclodiram também entre sadristas e apoiantes do Quadro de Coordenação, uma aliança rival de al-Sadr, que reúne grupos pró-Irão, incluindo o de Hachd al-Chaabi.

Muqtada al-Sadr, depois de anunciar oficialmente o seu abandono da política, fez aos manifestantes 'sadristas' um ultimato para se retirarem da Zona Verde, que foi acatado, permitindo o levantamento o estado de alerta máximo decretado por o Comando de Operações Conjuntas.

O Iraque vive uma crise política desde que as eleições legislativas de outubro de 2021 deram a vitória ao partido sadrista, mas com apenas 73 lugares nos 329 do Parlamento.

O partido de al-Sadr tentou uma aliança com outras forças parlamentares para eleger o Presidente e o primeiro-ministro, que ficariam encarregados de formar um Governo, o que acabou por não ser possível, devido ao bloqueio dos opositores xiitas, próximos do regime iraniano.

Os deputados sadristas demitiram-se em bloco, em junho, mas, perante a eleição de um Presidente e de um primeiro-ministro propostos pelos opositores, os seguidores de Al-Sadr ocuparam o Parlamento, em 30 de julho.

A ocupação durou uma semana e, após um apelo do clérigo, os sadristas retiraram-se do Parlamento e acamparam em frente ao edifício, para exigir a dissolução da Câmara e novas eleições.

O Supremo Tribunal do Iraque adiou para hoje a audiência onde deve determinar se é competente para pedir a dissolução do Parlamento, numa altura em que apoiantes de al-Sadr pressionam por novas eleições.

Esta instância jurídica tem defendido desde o primeiro momento que não é competente para se pronunciar sobre o tema, por violação da separação de poderes.

Não estão descartadas novas mobilizações pelos apoiantes de Moqtada al-Sadr, conforme o resultado da audiência.

O Presidente do Iraque, Barham Salí, também propôs na terça-feira a realização de eleições parlamentares antecipadas para superar a atual crise política, marcada pela incapacidade dos diferentes atores políticos de formar um governo dez meses após as últimas eleições.

Mas as tensões entre sadristas e o opositor xiita, a aliança Quadro de Coordenação, próxima do Irão, continuam a crescer ao ponto de Saleh al Iraqi, porta-voz de al-Sadr, ter culpado a coligação xiita pela morte dos manifestantes nos últimos dias.

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