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"Defesa da vida humana". Vaticano reage a comentário do Papa sobre Dugina

O Papa referiu a morte da filha de Dugin durante a sua audiência geral da semana passada. Vaticano afirma não se ter tratado de uma "afirmação de posições políticas", mas sim de uma "defesa da vida humana".

"Defesa da vida humana". Vaticano reage a comentário do Papa sobre Dugina

O Vaticano reagiu, esta terça-feira, aos comentários do Papa Francisco sobre a morte de Darya Dugina, filha do filósofo ultranacionalista russo Alexander Dugin. Em comunicado, o Vaticano frisou que a referência do pontífice tinha como objetivo a “defesa da vida humana” e não afirmar uma “posição política”. 

“É preciso reiterar que as palavras do Santo Padre sobre esta trágica questão devem ser lidas como uma voz levantada em defesa da vida humana e dos valores a ela ligados, e não como uma afirmação sobre posições políticas”, lê-se.

O Vaticano frisou ainda que “quanto à guerra em grande escala na Ucrânia iniciada pela Federação Russa, as intervenções do Papa Francisco são claras e inequívocas ao condená-la como moralmente injusta, inaceitável, bárbara, sem sentido, repugnante e sacrílega”.

Lembrando que as declarações do Papa que apelam ao fim da guerra na Ucrânia “visam sobretudo convidar os pastores e os fiéis à oração, e todas as pessoas de boa vontade à solidariedade e aos esforços de reconstrução da paz”, o Vaticano reconhece que “surgiram debates públicos sobre o significado político atribuído a tais intervenções”.

No passado dia 24 de agosto -  dia em que a Ucrânia celebrou o 31.º aniversário da sua independência e se assinalou o sexto mês do início da invasão russa - o Papa fez referência à morte da filha de Dugin durante a sua audiência geral. 

“Penso na crueldade, nos inocentes que estão a pagar esta loucura, a loucura de todas as partes, porque a guerra é uma loucura. Os inocentes pagam pela guerra”, sublinhou. Francisco disse ainda pensar "naquela pobre rapariga que explodiu numa bomba debaixo do banco de um carro em Moscovo”.

No próprio dia, o embaixador da Ucrânia no Vaticano, Andrii Yurash, criticou as declarações do Papa, descrevendo o discurso como “dececionante” e acusou a Rússia de ser responsável pelo ataque que matou a jornalista e comentadora política, de 29 anos, na noite de 20 de agosto. 

Já na quinta-feira, também o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia criticou o Papa Francisco pela sua referência à morte de Darya Dugina, acusando-se de causar “mal-entendidos”. Numa nota, publicada no seu site, o ministério tutelado por Dmytro Kuleba revelou que o núncio apostólico na Ucrânia, Visvaldas Kulbokas, foi convocado devido às “declarações do Papa Francisco”.

A Ucrânia afirmou estar “profundamente dececionada” com as palavras do Papa Francisco, “que equiparam injustamente o agressor e a vítima” e acusou o pontífice de causar “mal entendidos” ao “mencionar no contexto russo-ucraniana a morte de uma cidadã russa no território da Rússia”.

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