"Indecente". Giorgia Meloni criticada após partilhar vídeo de violação

Uma mulher de 55 anos foi abusada sexualmente numa rua da cidade de Piacenza, na manhã de domingo, por um requerente de asilo oriundo da Guiné.

Notícia

© Riccardo Fabi/NurPhoto via Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues
22/08/2022 15:54 ‧ 22/08/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

Itália

Giorgia Meloni, líder do partido italiano de extrema-direita Fratelli d’Italia (FDI, Irmãos de Itália), foi acusada, esta segunda-feira, de levar a cabo uma “campanha eleitoral vergonhosa” após partilhar um vídeo de uma mulher ucraniana a ser violada por um imigrante numa cidade italiana.

Segundo a imprensa italiana, que cita as autoridades locais, a mulher de 55 anos foi abusada sexualmente numa rua da cidade de Piacenza, na manhã de domingo, por um requerente de asilo oriundo da Guiné.

O momento do crime foi filmado por alguém a partir de um apartamento e o agressor acabou preso.

Meloni partilhou o vídeo, que fora publicado por um jornal na rede social Twitter. Apesar de as imagens estarem desfocadas, é possível ouvir os gritos da vítima.

“Não se pode permanecer em silêncio perante este episódio atroz de violência sexual contra uma mulher ucraniana cometida durante o dia em Piacenza por um requerente de asilo. Um abraço a esta mulher. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para restaurar a segurança nas nossas cidades”, escreveu a líder da extrema-direita.

Uma das primeiras pessoas a criticar a partilha do vídeo, segundo o jornal italiano Corriere della Sera, foi o antigo primeiro-ministro Enrico Letta. O político considerou que a partilha foi “indecente” e que o “respeito pelas pessoas deve estar em primeiro lugar”.

A resposta a Letta não tardou, com Meloni a afirmar que “não admite” que o atual líder do Partido Democrata italiano “espalhe mentiras” em seu nome. “Não permito que Enrico Letta espalhe mentiras em meu nome e faça propaganda sombria sobre a gravíssima violação de Piacenza. O vídeo publicado nas minhas redes sociais está desfocado para não reconhecer a vítima (...). Esses métodos difamatórios e distorcidos da realidade são agora característicos de uma esquerda em desordem, todos sabemos disso há algum tempo, mas há um limite para tudo. Principalmente quando se trata de violação e violência contra a mulher”, afirmou num vídeo partilhado no Twitter.

Também a deputada Lucia Azzolina, ex-ministra da Educação, criticou Meloni. “Usar o vídeo de uma violação não é uma denúncia, mas uma exploração. Contra qualquer forma de violência há, antes de tudo, respeito, até mesmo do sofrimento. Ver uma mulher, candidata à liderança de um país, usando esses meios, é arrepiante”, frisou.

Sublinhe-se que o partido de Meloni lidera as sondagens referentes às próximas eleições legislativas de Itália, que decorrerão a 25 de setembro.

O vídeo foi, entretanto, eliminado do Twitter por "violar as normas" da rede social.

Leia Também: Itália. Meloni critica Letta após líder do PD referir "riscos para a UE"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas