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Itália. Meloni critica Letta após líder do PD referir "riscos para a UE"

A líder do partido de extrema-direita Irmãos de Itália, Giorgia Meloni, criticou hoje o seu principal adversário, Enrico Letta, por este afirmar que, se ela se tornar primeira-ministra nas próximas legislativas, será um risco para a União Europeia.

Itália. Meloni critica Letta após líder do PD referir "riscos para a UE"
Notícias ao Minuto

22:22 - 19/08/22 por Lusa

Mundo Itália

"Os patriotas defendem sempre Itália, ao passo que a esquerda (o Partido Democrático de Letta) anda por aí a desacreditar o país em benefício próprio", sustentou hoje Meloni, em declarações à estação televisiva norte-americana CNN, referindo-se a afirmações proferidas pelo líder da coligação de centro-esquerda numa entrevista ao mesmo canal, durante a campanha para as legislativas antecipadas de 25 de setembro.

A dirigente dos Irmãos de Itália (FdI, que se descreve como "pós-fascista") acusou Letta de "usar a sua entrevista à CNN [na quinta-feira] não para dizer bem do seu país natal, mas para lançar suspeitas e mentiras sobre o FdI, afirmando que, no caso de uma vitória da coligação da direita, tal seria uma catástrofe para a Itália e para a União Europeia (UE)".

"Ela acusou-me de desacreditar Itália, porque expus as opções dos FdI quanto à UE", respondeu Letta, referindo-se às ideias eurocéticas várias vezes expressas por Meloni, embora esta tenha recentemente atenuado o seu discurso anti-UE, provavelmente por receio de perder eleitores.

Os FdI são próximos do primeiro-ministro da direita ultranacionalista húngara, Viktor Orbán, e da líder da União Nacional, da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, em relação aos quais Giorgia Meloni já expressou admiração, enquanto os seus aliados no grupo conservador do Parlamento Europeu incluem o partido espanhol pós-franquista Vox e o partido nacionalista-conservador polaco Lei e Justiça, que tem infringido leis comunitárias com frequência e gravidade.

Para explicar os motivos da sua afirmação, Letta fundamentou-a dando três exemplos de propostas políticas dos Irmãos de Itália que "são uma loucura vistas de fora": a imposição aos estrangeiros do pagamento de uma fiança [para entrarem no país], um bloqueio naval anti-imigração longe das fronteiras marítimas de Itália e a renegociação do gigantesco Plano de Recuperação e Resiliência Nacional pós-covid-19.

Na sua entrevista à CNN, Letta declarou: "Nós precisamos de uma Europa mais forte e que Itália esteja no centro da Europa, juntamente com a França, a Alemanha, Espanha e os países do Benelux (Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo), não com a Polónia e a Hungria".

"O que nos preocupa são as escolhas" de Meloni, que se prevê venha a tornar-se a primeira pós-fascista e a primeira mulher primeira-ministra [de Itália] depois de 25 de setembro", acrescentou o líder do PD.

O principal adversário de Meloni nas legislativas disse ainda: "Os FdI votaram na UE contra diretivas sobre alterações climáticas, não apoiaram o Plano de Recuperação, que é tão importante para o país, e foram sempre contra qualquer política de imigração europeia ou de maior integração da UE".

"Na Europa, os seus aliados são Marine Le Pen e Orbán, partidos e líderes que querem ter uma Europa mais fraca", sustentou.

"É por isso que pensamos que existe um risco enorme não só para Itália, mas também para a Europa [se a coligação de direita, composta pelos Irmãos de Itália, de Meloni, a Liga, de Matteo Salvini, e o Força Itália, de Silvio Berlusconi, vencer as próximas eleições".

Leia Também: Itália. Letta diz que extrema-direita vê Europa como uma ameaça

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