Misuzulu kaZwelithini, 47 anos, foi coroado como líder tradicional da nação zulu, apesar de alguns membros da família real rejeitarem o seu direito a suceder ao falecido pai, o rei Goodwill Zwelithini.
Alguns familiares preferem um irmão mais velho e um grupo diferente apoia outro irmão. O falecido rei tinha seis esposas e vários filhos.
Após a morte do rei no ano passado, a mãe de Misuzulu kaZwelithini serviu como regente durante apenas um mês antes da sua morte, mas no testamento nomeou o filho para ser o próximo rei. Esta é considerada por muitos como a reivindicação mais forte ao trono zulu.
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, reconheceu Misuzulu kaZwelithini como o legítimo herdeiro do trono zulu, e irá apresentar-lhe um certificado oficial, pronunciando-o rei do povo zulu numa cerimónia a realizar no final deste ano.
Misuzulu kaZwelithini dirigiu-se a cerca de mil apoiantes após ter sido submetido a um ritual tradicional conhecido como 'ukungena esibayeni' (entrar no recinto real do gado) para marcar o início do seu reinado como rei.
"Sei que estão a par do estado da família real nos últimos tempos. Peço-vos que tudo o que ouvis nos meios de comunicação social, e os comentários que estão a ser feitos por aqueles que disputam o trono, os ouçais, mas não os escutes", disse Misuzulu kaZwelithini.
O novo líder apelou à união entre a nação zulu e agradeceu a Ramaphosa pelo seu apoio.
A cerimónia e as celebrações foram demonstrações coloridas da cultura zulu, com centenas de pessoas a vestir trajes tradicionais. Mulheres com missangas, saias e chapéus cantaram hinos e 'slogans' zulu enquanto esperavam a chegada do novo rei.
Os aplausos subiram no ar enquanto Misuzulu kaZwelithini entrava no recinto principal do palácio, onde lhe foi entregue um ceptro afiado e dourado e recebeu mensagens de felicitações dos anciãos da nação zulu.
Centenas de guerreiros zulus masculinos, conhecidos como 'amabutho', empunharam escudos, lanças e paus tradicionais enquanto cantavam e marchavam para o palácio real para se comprometerem a fidelidade ao seu novo líder.
A cerimónia contou também com a participação de líderes tradicionais de outras etnias sul-africanas e representantes de outras nacionalidades com origens na nação zulu, incluindo comunidades da Zâmbia e do Maláui.
O grupo étnico zulu é o maior da África do Sul, com mais de 12 milhões de pessoas, que se encontram principalmente na província de KwaZulu-Natal. São reconhecidos pela sua feroz resistência ao colonialismo britânico sob o rei Shaka Zulu no início do século XIX.
Detendo cerca de 30% da província do KwaZulu-Natal, bastião do Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder na África do Sul desde 1994, o rei da nação zulu é o líder tradicional mais influente da África do Sul.
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