A coordenação das estruturas judiciais explicou no domingo, em comunicado, que a profissão poderá retomar a paralisação se esta medida, descrita como "abuso de poder", não for anulada, e instou o tribunal administrativo a respeitar o prazo legal, fixado em um mês, para examinar os recursos.
"A greve não visa perturbar o funcionamento do serviço público, mas garantir aos juízes o seu direito à defesa", argumentou a mesma fonte, apelando ao Governo para abrir um canal de diálogo, de forma a encontrar uma solução para a crise, e aos juízes a não se candidatarem aos lugares vagos.
O Ministério da Justiça advertiu uma semana antes que iria retirar o salário de julho àqueles que apoiam a greve e tomar as medidas disciplinares necessárias.
Este decreto presidencial foi publicado em 1 de junho no Boletim Oficial do Estado, juntamente com uma lista dos juízes destituídos, incluindo o antigo presidente do Conselho Superior da Magistratura, Youssef Bouzakher, que se opôs à dissolução deste órgão em fevereiro, substituído por um "provisório".
O texto afirma também que os juízes em causa não poderão interpor qualquer recurso enquanto não for proferida uma sentença penal irrevogável sobre as acusações contra eles.
Said, que atribuiu a si próprio plenos poderes, e desde então tem governado por decreto, modificou a formação da Instância Superior Independente para as Eleições (ISIE), encarregada de supervisionar o próximo referendo constitucional de 25 de julho, que, se aprovado, adotará, segundo os especialistas, um regime político "ultra presidencialista".
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