Ucranianos podem aumentar 1,3 milhões a força de trabalho da zona euro

O Banco Central Europeu estima, num estudo hoje publicado, que 25% a 55% dos refugiados ucranianos em idade ativa venha a participar na força de trabalho na zona euro, podendo representar mais 300 mil a 1,3 milhões de trabalhadores.

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Lusa
20/06/2022 17:56 ‧ 20/06/2022 por Lusa

Economia

Banco Central Europeu

Num artigo hoje publicado pelo BCE no boletim económico sobre "o impacto do afluxo de refugiados ucranianos na força de trabalho da zona euro", o banco central calcula que, tendo em conta "vagas anteriores de refugiados e adaptando-a à situação atual, prevê-se uma taxa de participação na força de trabalho [da zona euro] a médio prazo entre 25% e 55% para os refugiados em idade ativa".

Numa altura em que quase sete milhões de pessoas saíram da Ucrânia devido à invasão russa, número que pode chegar até aos 10 milhões, o BCE prevê que mais de metade dos refugiados ucranianos possa participar na força de trabalho da zona euro, sendo que o extremo inferior desse intervalo (25%) se baseia "no nível de integração verificado para os refugiados anteriores após dois anos no país de acolhimento, com um ajustamento ascendente para refletir a proximidade cultural da Ucrânia e o impacto da rápida ação política da UE", enquanto a percentagem máxima (55%) "reflete estimativas recentes da taxa de participação das mulheres em idade ativa que migraram de fora da UE a 27 para a zona euro".

As mulheres e as crianças representam a grande maioria destes migrantes e, nestes cálculos, o BCE teve ainda em conta a futura entrada na zona euro de homens que ficaram no país para combater.

"Globalmente, espera-se que o afluxo de refugiados ucranianos conduza a um aumento gradual da dimensão da força de trabalho da zona euro", especifica o documento, realizado pelo economista do BCE Vasco Botelho.

Em concreto, estes migrantes podem vir a representar um aumento entre 0,2% e 0,8% da população ativa da zona euro a médio prazo, o que de acordo com o artigo do BCE "corresponde a um aumento entre 0,3 e 1,3 milhões na dimensão da força de trabalho", isto é, do total de pessoas que no espaço da moeda única estão disponíveis para trabalhar.

O BCE realça que o "aumento da oferta de mão-de-obra que resulta do afluxo de refugiados ucranianos poderia aliviar ligeiramente o constrangimento verificado no mercado de trabalho da zona euro".

Dadas as vagas de migração ucraniana dos últimos anos, ainda antes da invasão russa do país este ano, cerca de 75% do total de refugiados ucranianos vivem atualmente na zona euro.

"Existe uma importante comunidade ucraniana que já vive na zona euro e as recentes experiências de outros refugiados aliadas ao facto de os países da zona euro terem os meios económicos para receber refugiados poderiam encorajar ainda mais refugiados ucranianos a estabelecerem-se na zona euro ao longo do tempo", mas esta proporção "dependerá da duração e da gravidade da guerra", adianta o BCE.

A publicação surge no dia em que se assinala o Dia Mundial do Refugiado e quase quatro meses após a invasão militar da Ucrânia pela Rússia.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de oito milhões de pessoas, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Bloco de Esquerda diz que país falha no acolhimento a refugiados

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