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Andaluzia vai a votos no domingo. PP é favorito, mas Vox dominou debates

A Andaluzia, no sul de Espanha, vota no domingo nas eleições regionais com o PP (direita) como favorito, mas foi a extrema-direita do Vox que dominou os debates e declarações da campanha eleitoral, que terminou na sexta-feira.

Andaluzia vai a votos no domingo. PP é favorito, mas Vox dominou debates
Notícias ao Minuto

09:15 - 18/06/22 por Lusa

Mundo Andaluzia

As sondagens dão todas a vitória ao Partido Popular (PP), que recandidata Juan Manuel Moreno (conhecido como Juanma Moreno) ao cargo de presidente do governo regional, mas não há certeza se conseguirá uma maioria absoluta no parlamento andaluz, pelo que dependeria do apoio ou da abstenção de outros partidos para ser reconduzido à frente do executivo.

Foi aqui que se centraram os debates da campanha eleitoral, com a esquerda a sublinhar que está em causa a possibilidade de, como aconteceu em Castela e Leão em fevereiro passado, haver um acordo de coligação pós-eleitoral e a extrema-direita entrar no Governo da Andaluzia, a região com mais habitantes de Espanha.

Já o PP tem desafiado os socialistas do PSOE e outros partidos da esquerda a viabilizar, pela abstenção, um executivo de direita que retire protagonismo ao Vox.

"Se o PSOE se incomoda tanto com o Vox, que o certifique", disse esta semana o líder nacional do PP, Alberto Nuñez Feijóo, que tem na Andaluzia as suas primeiras eleições neste cargo.

"Entendo que o PSOE nos dará uma solução. Se quem ganha as eleições é o PP, o PSOE tem a possibilidade de apoiar a investidura [do Governo] e já não há qualquer comentário sobre o assunto", disse Feijóo aos jornalistas na quarta-feira, quando mais uma vez, e insistentemente, lhe perguntaram sobre se admite um acordo pós-eleitoral com o Vox.

O partido da extrema-direita espanhola, por seu lado, já disse que o único acordo possível tem de passar pela entrada do Vox no governo andaluz, rejeitando fazer o mesmo de há quatro anos, nas últimas eleições na região, quando com a abstenção dos seus 12 deputados possibilitou a chegada ao poder do PP pela primeira vez na Andaluzia, que tinha sido sempre governada, em democracia, ao longo de quase 40 anos, pelos socialistas.

Ironicamente, em 2018, o PSOE ganhou as eleições andaluzas e o PP teve um dos seus piores resultados de sempre, mas um acordo de coligação com os conservadores dos Cidadãos e o apoio parlamentar do Vox permitiu ao Partido Popular presidir à Junta da Andaluzia (o governo regional).

O PSOE, que tem à frente da candidatura o ex-presidente da câmara de Sevilha Juan Espadas, já rejeitou viabilizar um governo do PP.

"Rasguem primeiro o pacto entre PP e Vox em Castela e Leão", disse Juan Espadas esta semana.

Outros partidos de esquerda com representação no parlamento andaluz, ou com possibilidade de elegerem deputados no domingo, disseram nos últimos dias que não viabilizarão governos do PP, embora o discurso não tenha sido sempre linear e, no início da campanha, tenham admitido estar a fazer uma reflexão sobre o assunto.

Perante este debate e as sondagens, a aposta do PP é conseguir mais deputados do que toda a esquerda junta, para colocar o dilema nas mãos do Vox, que se vir recusada a possibilidade de ir para o governo terá de se juntar à esquerda e à extrema-esquerda para bloquear a governação do PP.

Para a maioria absoluta são necessários 55 deputados, mas as sondagens mais recentes estimam que o PP consiga cerca de 50 (teve 22 em 2018).

Segundo os mesmos estudos, o PSOE deve conseguir um resultado similar ao de 2018, quando elegeu 33 deputados.

Quem pode desaparecer do parlamento andaluz são os Cidadãos, depois dos 21 deputados de há quatro anos que lhe permitiram entrar no governo regional.

Após sucessivas derrotas, tudo indica que os Cidadãos perderão o seu último reduto na Andaluzia, segundo a generalidade dos analistas e das sondagens publicadas.

As eleições de 2018 foram históricas não só por terem marcado o fim da hegemonia socialista na Andaluzia, mas também por terem sido aquelas em que o Vox conseguiu pela primeira vez representação parlamentar regional em Espanha, e logo com 12 deputados, depois de resultados eleitorais marginais em todas as votações até então.

Para este ano, as sondagens indicam uma pequena subida nos resultados da extrema-direita na Andaluzia, colocando-a como a terceira força política na região, dada a queda dos Cidadãos.

Além de Juanma Moreno e de Juan Espadas, lideram candidaturas Macarena Olana (Vox), Juan Marín (Cidadãos), Teresa Rodríguez (Em Frente Andaluzia, esquerda) e Inma Nieto (coligação de esquerda Pela Andaluzia.

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