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Ex-diretor da World Vision em Gaza considerado culpado de apoiar Hamas

O ex-diretor palestiniano da organização não-governamental norte-americana World Vision, Mohammed Halabi, foi hoje considerado culpado por um tribunal israelita de ter desviado milhões de dólares para a organização Hamas, num processo que já dura há seis anos.

Ex-diretor da World Vision em Gaza considerado culpado de apoiar Hamas
Notícias ao Minuto

22:16 - 15/06/22 por Lusa

Mundo Hamas

A decisão do tribunal, segundo a agência AFP, foi considerada "política" pelos advogados de Mohammed Halabi.

O ex-diretor da World Vision em Gaza é acusado de ter desviado dezenas de milhões de dólares para o movimento islâmico Hamas, inimigo de Israel, tendo-se, contudo, declarado inocente de todas as acusações.

Após a detenção de Mohammed Halabi, em junho de 2016, a Austrália, que tinha doado milhões de dólares para caridade nos territórios palestinianos, inclusive à World Vision( organização não-governamental cristã norte-americana), anunciou a interrupção do seu financiamento a programas na Faixa de Gaza e a abertura de um processo de investigação.

A investigação australiana concluiu que não havia qualquer indício de apropriação indevida de fundos.

Outra investigação, encomendada pela World Vision, concluiu também, em 2017, não existir qualquer indício de peculato ou participação do Hamas.

Contudo, seis anos depois de decorrerem processos judiciais sigilosos, justificado por razões de segurança, o tribunal distrital de Beersheba considerou Halabi culpado de pertencer ao Hamas e de financiar atividades terroristas deste grupo, segundo a AFP, que cita o acórdão.

"O réu desempenhou um papel ativo e significativo na atividade do Hamas e ajudou o Hamas durante anos, de várias formas, incluindo através da transferência de dinheiro e equipamentos, que sabia que seriam usados para financiar atos terroristas", pode ler-se no acórdão.

"O réu desempenhou um papel ativo e significativo na atividade do Hamas e ajudou o Hamas durante anos de várias formas, incluindo através da transferência de dinheiro e equipamentos que sabia que seriam usados para financiar atos terroristas", prossegue o acórdão.

Reagindo a esta condenação, a advogada de Halabi, Maher Hanna, anunciou a intenção de recorrer da decisão, considerando que esta "não tem nada a ver com os factos e é totalmente política".

No mesmo sentido, a responsável de comunicação da World Vision manifestou estar "extremamente desapontada" com o veredicto, considerando que o processo "está cheio de irregularidades".

"Para nós este julgamento está repleto de irregularidades e tem existido falta de provas substanciais tornadas públicas pelas autoridades israelitas", considerou Sharon Marshall, referindo que a ONG apoiou a decisão de Mohammed Halabi recorrer desta decisão.

Também o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos manifestou na noite de terça-feira as suas "sérias preocupações" relativamente a este processo, face à "falta de provas".

"O Gabinete de Direitos Humanos da ONU reitera as suas preocupações de que as normas internacionais para um julgamento justo não tenham sido respeitadas neste caso, incluindo o período de detenção, significativamente prolongado e que pode já ter tornado a detenção do senhor Halabi uma detenção arbitrária", afirmou esta entidade.

A World Vision é considerada uma das maiores organizações humanitárias do mundo, contando com mais de 40.000 colaboradores em quase 100 países, dedicando-se em particular ao apoio a crianças.

Leia Também: Maioria dos jovens da faixa de Gaza sob bloqueio tem problemas emocionais

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