"Macau e Guangdong concordaram em consolidar, sob a boa base de cooperação existente, os resultados do trabalho conjunto de prevenção e controlo da pandemia, colaborar para a recuperação económica e para normalizar a circulação de pessoas entre os dois territórios", lê-se numa nota do Gabinete de Comunicação Social (GCS) do Governo de Macau.
O Chefe do executivo do território, Ho Iat Seng, deslocou-se na sexta-feira a Cantão, capital da província de Guangdong, onde esteve reunido com vários líderes provinciais.
Num encontro com o governador de Guangdong, Wang Weizhong, onde se debateu a "cooperação bilateral", Ho notou que não exclui reduzir as quarentenas para entrar em Macau para sete dias, no sentido de estimular a retoma económica dos dois territórios, realçou o comunicado.
Não é necessária a realização de quarentena para quem circula entre Macau e a China continental, com exceção de quem entra no pequeno território vindo de zonas no país de alta incidência. Já quem chega a Macau de outras origens, incluindo Hong Kong e Taiwan, é obrigado a completar dez dias de observação médica e mais sete de autogestão, o que tem desencorajado a utilização da cidade como porta para a China continental.
As autoridades locais anunciaram no sábado a redução, a partir de quarta-feira, do período de quarentena para quem chega a Macau de 14 para 10 dias.
Em Cantão, a pandemia foi também tema do encontro entre o chefe de Governo de Macau e o secretário do comité provincial de Guangdong do Partido Comunista Chinês (PCC), Li Xi.
Ho explicou que "perante a situação internacional e a evolução pandémica, a economia local enfrenta pressão devido a uma maior redução do número de visitantes".
"No segundo semestre do ano", disse o responsável, Macau vai observar uma "retoma gradual da economia local com o abrandamento da situação epidémica no Interior da China".
Reforçar a cooperação bilateral, promover a Grande Baía e dar prioridade à construção da Zona de Cooperação Aprofundada, na ilha de Hengqin, foram também algumas das metas traçadas pelos líderes, lê-se na nota do GCS.
A Grande Baía é um projeto de Pequim que tem como objetivo criar uma metrópole mundial a partir das regiões administrativas especiais de Macau e de Hong Kong e nove cidades da província de Guangdong, além de Hong Kong e Macau, onde vivem mais de 60 milhões de habitantes.
A Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau, na ilha chinesa de Hengqin [ilha da Montanha], foi anunciada no ano passado, tendo-se estabelecido uma gestão conjunta da província de Guangdong e Macau.
Além da livre circulação de capitais, outra das vantagens desta área especial, para captação de empresas e investimento, deverá incidir na política de isenção e suspensão de impostos sobre as mercadorias, cuja entrada em todo o mercado chinês, de mais de 1,4 mil milhões de pessoas, estará facilitada.
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