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Capturados por russos, três prisioneiros negam ser mercenários na Ucrânia

Três prisioneiros (dois britânicos e um marroquinos), presumíveis voluntários no Exército ucraniano detidos pelas autoridades pró-russas, admitiram, esta quarta-feira, parcialmente a sua culpa durante um julgamento realizado na autoproclamada República Popular de Donetsk.

Capturados por russos, três prisioneiros negam ser mercenários na Ucrânia
Notícias ao Minuto

22:07 - 08/06/22 por Lusa

Mundo Rússia/Ucrânia

"Sim, senhor", respondeu Aiden Aslin após ser questionado pelo juiz sobre crimes relacionados com tomada de violenta do poder, como pode ser visto no vídeo divulgado pelo Supremo Tribunal de Donetsk, que não teve observadores independentes no processo.

Em tempos de paz, o referido artigo é punível com até 20 anos de prisão, mas em caso de guerra o arguido pode ser condenado à morte, o que foi confirmado pelo procurador, Andréi Spivak.

De acordo com o noticiado pela agência estatal russa RIA-Nóvosti, o Ministério Público local concluiu, após interrogar os acusados, que os três lutaram como mercenários em território ucraniano.

No entanto, nenhum dos três estrangeiros reconheceu, esta quarta-feira, ter participado como mercenário em ações militares na Ucrânia, segundo o artigo 430 do código penal.

"Nós não concordamos", responderam quando questionado pelo procurador.

Shaun Pinner, de 48 anos, foi capturado durante o cerco russo à cidade de Mariupol após vários anos como soldado do Exército ucraniano.

Aiden Aslin, de 28 anos, que fazia parte do Exército ucraniano desde 2018, também foi preso em abril por milícias pró-Rússia na mesma cidade da região de Donetsk, onde continuam os combates entre tropas russas e ucranianas.

Em meados de abril, Aslin e Pinner dirigiram-se ao primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, numa mensagem transmitida pela televisão russa, pedindo para ser trocado pelo político pró-russo próximo ao Kremlin, Victor Medvedchuk, preso por alta traição.

Tanto a família dos militares como o Governo britânico exigiram que as autoridades russas os tratassem com dignidade, de acordo com a Convenção de Genebra.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, negou, esta quarta-feira, que Moscovo tenha recebido um pedido de troca de detidos, remetendo qualquer decisão para autoridades separatistas em Donetsk.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de quase 15 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,9 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A ONU confirmou hoje que 4.266 civis morreram e 5.178 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 105.º dia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

Leia Também: Preocupadas com a Rússia, mulheres finlandesas preparam-se para combater

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