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Antigo diretor do Louvre suspeito de tráfico de antiguidades

O antigo diretor do Museu do Louvre, Jean-Luc Martinez, que ocupou o cargo até agosto do ano passado, foi acusado de branqueamento de capitais e de cumplicidade de fraude, num caso de tráfico de antiguidades, noticia o Le Monde.

Antigo diretor do Louvre suspeito de tráfico de antiguidades
Notícias ao Minuto

18:53 - 26/05/22 por Lusa

Mundo Jean-Luc Martinez

Jean-Luc Martínez foi preso na segunda-feira juntamente com o curador do departamento de antiguidades egípcias do museu, Vincent Rondot, e o egiptólogo Olivier Perdu.

Entretanto, Rondot e Perdu foram libertados na terça-feira à noite, mas Martinez, que dirigiu o Louvre de 2013 a 2021, foi acusado na quarta-feira ao final do dia.

O arqueólogo e historiador de arte foi posto em liberdade mas permanece sob supervisão judicial como parte de uma ampla investigação internacional sobre o tráfico de antiguidades que alegadamente afeta o Louvre em Abu Dhabi e o Museu Metropolitano em Nova Iorque.

Vários comerciantes de arte e peritos são suspeitos de produzir documentos falsos para fabricar as origens dos objetos saqueados em vários países do Médio Oriente durante as chamadas revoltas da Primavera Árabe.

As autoridades estão agora a investigar a proveniência da estela de granito rosa dedicada ao faraó Tutankhamon em exposição em Abu Dhabi, cuja origem foi questionada pelo professor da Universidade de Montpellier Paul-Valéry Marc Gabolde.

O estado perfeito do monumento é "invulgar para um rei cujos edifícios, com exceção do seu túmulo, foram demolidos e martelados", observou Gabolde num artigo de investigação sólido de 47 páginas publicado na "Revue d'Egyptologie" em março de 2020.

O Louvre de Abu Dhabi adquiriu o objeto em 2016 juntamente com quatro outras peças por um total de 15,2 milhões de euros.

Martinez, que foi interrogado por agentes da Brigada de Tráfico de Bens Culturais, é acusado de falta de vigilância face às inconsistências nos certificados dos cinco objetos adquiridos por Abu Dhabi.

Esta notícia chega como um golpe ao Ministério da Cultura, que nomeou Martinez embaixador da cooperação internacional no domínio do património em 2021, e que trabalha com outros grupos para a proteção do património em zonas de conflito.

Nas páginas do Le Monde, Gabolde escreve que acredita que os seus colegas do Louvre tenham sido vítimas deste esquema e não sejam traficantes.

Na origem da documentação desta estela está Christophe Kunicki, um especialista em arqueologia que foi acusado em junho de 2020, juntamente com o seu marido, Richard Semperont.

As investigações já implicaram numerosas personalidades do mundo da arte em Paris, tais como a casa de vendas do empresário Pierre Bergé, que morreu em 2017, a Bergé & Associés.

Christophe Kunicki, que trabalhou para Bergé, já era investigado desde 2017, quando vendeu o sarcófago dourado Nedjemankh ao Metropolitan Museum em Nova Iorque por 3,5 milhões de euros.

Kunicki alegou que a obra havia saído legitimamente do Egipto em 1971, mas uma investigação provou que tinha sido roubada durante a revolta contra o Presidente Hosni Moubarak em 2011.

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