Controlo total de Azovztal "é a maior vitória militar russa" até agora

Francisco Louçã comentou os últimos desenvolvimentos sobre a guerra na Ucrânia.

Francisco Louçã

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Tomásia Sousa
20/05/2022 23:20 ‧ 20/05/2022 por Tomásia Sousa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Francisco Louçã considerou que a rendição dos últimos combatentes ucranianos em Azovztal "é a maior vitória militar russa" desde o início da guerra na Ucrânia, mas mostrou-se pouco confiante no plano de paz italiano.

O antigo coordenador do Bloco de Esquerda (BE), utilizou o seu espaço de comentário às sextas-feiras na SIC Notícias para falar dos últimos acontecimentos em Mariupol, na Ucrânia, depois de a Rússia ter afirmado que controla agora "na totalidade" o complexo siderúrgico Azovstal, após os últimos combatentes ucranianos presos naquele espaço se terem rendido.

"É a maior vitória militar russa a rendição dos militares que estavam na siderúrgica", admitiu. "É simbólico, é politicamente forte, é expressivo, permite uma continuidade territorial que interessava à Rússia."

O comentador falou mesmo numa "grande vitória" para o Kremlin, tendo em conta a reorientação da guerra para as regiões do sul. Ainda assim, considerou "exagerado dizer que é a maior batalha" que a Rússia enfrentou até ao momento, desde o início da invasão.

"Houve outras batalhas que foram derrotas para a Rússia: a tentativa de chegar a Kyiv, a luta em torno de Kharkiv e, sobretudo, a maior derrota de todas para as forças russas, que é o prolongamento em três meses da guerra", notou o economista.

Louçã admitiu mesmo que "provavelmente" a guerra estender-se-á por mais tempo "sem que cumpram os seus objetivos de dominar a Ucrânia". 

Sobre o plano de paz que Itália propôs às Nações Unidas, considerou-o um "plano muito cuidadoso". Mas sublinhou que a proposta passa pela imposição de um cessar-fogo, pela discussão sobre o futuro da Ucrânia em relação à NATO e à União Europeia, pela discussão do futuro das regiões separatistas do Donbass e, "só em quarto lugar", a retirada das forças russas, "depois de já ter havido eventual acordo sobre isto".

"É um plano de elaboração difícil, mas é a primeira vez que se volta a falar de algum plano de paz", admite, apresentando contudo algumas dúvidas quanto à sua aplicação.

A iniciativa italiana, discutida com o secretário-geral da ONU, António Guterres, surge num momento em que a invasão russa continua a agravar as crises energética e alimentar em todo o mundo, com a paralisação da atividade agrícola e as exportações de grãos de milho da Ucrânia, país que até agora era o quarto maior exportador mundial de milho e estava a caminho de se tornar o terceiro maior exportador de trigo.

A Itália, a terceira maior economia da zona euro, é particularmente afetada pelo conflito na Ucrânia, principalmente por causa da sua dependência do gás russo.

Leia Também: AO MINUTO: Rússia diz controlar Azovstal; EUA mantêm militares na Europa

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