Pandemia pode ter impacto "devastador" nos direitos na Coreia do Norte
O país já é considerado um dos mais pobres do mundo, onde a liberdade de expressão é praticamente inexistente. O primeiro surto de Covid-19 poderá obrigar a medidas que restringem ainda mais os direitos humanos dos norte-coreanos.
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Mundo Covid-19
O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR, na sigla em inglês) mostrou-se preocupado com o primeiro surto de Covid-19 a atingir a Coreia do Norte, com a porta-voz da organização a dizer esta terça-feira que a pandemia poderá ter consequências "devastadoras" para os direitos humanos dos norte-coreanos.
Na semana passada, a Coreia do Norte registou os primeiros casos de Covid-19 em toda a pandemia, uma situação considerada preocupante pelas autoridades norte-coreanas e internacionais, dadas as carências no sistema de saúde do país e no facto de nenhum norte-coreano ter sido vacinado contra a doença.
A porta-voz do UNHCR, Liz Throssell, apontou que impor novas restrições à circulação de pessoas, para conter a propagação do vírus, poderá aumentar ainda mais as dificuldades socioeconómicas e a pobreza na região.
Citada pela agência Reuters, a porta-voz da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que quaisquer medidas de prevenção devem ser proporcionais e adequadas à população norte-coreana.
Depois de admitir casos de uma febre suspeita, cujos sintomas são concordantes com os da variante Ómicron, o Comité Central do Partido Comunista, o partido único que governa a Coreia do Norte, admitiu o registo de casos de Covid-19 e o primeiro surto a ser identificado dentro do seu território.
As autoridades internacionais suspeitam que haja cerca de 1,5 milhões de casos de Covid-19 no país. Segundo os dados oficiais das entidades de saúde norte-coreanas, morreram apenas 21 pessoas com Covid-19 e o regime já negociou com a China (o seu principal aliado) a entrega de medicamentos para combater a doença.
O aviso da ONU é direcionado a um dos países que mais restringe os direitos e liberdades individuais. A Coreia do Norte é conhecida pelo quase total isolamento de todo o mundo além das suas fronteiras, pela opressão policial e militar que restringe a liberdade de expressão e de imprensa, e pela centralização de poder no partido comunista e no seu líder, Kim Jong-un.
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