Cerca de 14 anos depois de ver a sua independência ser reconhecida pela Rússia, a região da Ossétia do Sul irá votar no dia 17 de junho se quer fazer parte do território russo, num referendo anunciado esta sexta-feira pela região separatista da Geórgia.
Segundo a agência estatal russa TASS, citada pela Reuters, o presidente da região separatista, Anatoly Bibilov, fez o anúncio cerca de um mês depois de o governo ter pedido à comissão eleitoral a organização do referendo.
A Geórgia continua a considerar o referendo inaceitável e uma posição unilateral tomada pela Rússia, que tem utilizado a política de referendos para legitimar a presença e anexação de territórios que fizeram parte da União Soviética e do antigo império. Tanto a Crimeia como, recentemente, a cidade de Kherson, votaram para fazer parte do território russo, apesar de observadores e entidades internacionais não concederem legitimidade aos atos eleitorais.
Depois da invasão russa na Geórgia em 2008, na qual o Kremlin derrotou rapidamente os georgianos em duas semanas, as forças invasoras ficaram na Ossétia do Sul e na Abecásia, reconhecendo unilateralmente a independência dos dois territórios que fizeram parte da União Soviética.
A Organização das Nações Unidas continua a não reconhecer a legitimidade das declarações de independência das duas regiões. Apenas a Venezuela, o Nicarágua, o Nauru e a Síria reconhecem a independência das repúblicas pró-russas.
À semelhança das regiões separatistas no Donbass, na Ucrânia, a maioria do pequeno território da Ossétia do Sul é russófono, com cerca de 60 mil habitantes, e a república separatista tem sido financiada e apoiada militarmente pelo Kremlin.
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