"Estamos preparados para cuidar de pessoas com queimaduras, fraturas, feridas de guerra, infeções, condições respiratórias... é provável que também cheguem mulheres grávidas e pessoas com sintomas de desnutrição", disse Dorit Nizan, coordenadora da OMS, por videoconferência a partir de Zaporijia.
Especialistas em trauma também foram mobilizados, detalhou Nizan, referindo que, para já, não é possível prever com precisão o número de pessoas que, transportadas em autocarros, chegarão nesta operação de evacuação de Mariupol, uma cidade há cerca de dois meses cercada e sob os ataques das forças russas.
"A cidade tinha meio milhão de pessoas antes da guerra e estima-se que restem pelo menos 100.000", referiu a representante da OMS, adiantando que algumas pessoas que deixaram Mariupol individualmente, especialmente mulheres e crianças, já foram tratadas no centro de Zaporijia.
"Muitos choram quando chegam, e às vezes são tratados por médicos, principalmente por ferimentos ligeiros", referiu Dorit Nizan, para quem um dos grandes desafios é o cuidado da saúde mental destas pessoas.
A OMS recordou também hoje que documentou 186 ataques a instalações de saúde na Ucrânia, nos quais pelo menos 73 pessoas morreram e 52 ficaram feridas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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