Teerão está envolvido há mais de um ano em negociações diretas com a Alemanha, França, Reino Unido, Rússia e China, e com os Estados Unidos indiretamente, para relançar o acordo designado Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA).
As negociações de Viena destinam-se a fazer regressar os Estados Unidos a este acordo, do qual se retiraram unilateralmente em 2018, em particular pelo levantamento das sanções contra o Irão e garantias do pleno respeito de Teerão pelos seus compromissos.
"As questões técnicas e as discussões nas conversações de Viena terminaram", declarou Mohammad Eslami, o responsável da Organização Iraniana de Energia Atómica, citado pela agência noticiosa oficial Irna.
"Apenas permanecem problemas políticos relacionados com o Ministério dos Negócios Estrangeiros", acrescentou.
As conversações foram suspensas em 11 de março, após a Rússia ter exigido garantias de que as sanções ocidentais impostas na sequência da invasão militar da Ucrânia em 24 de fevereiro não prejudicavam o seu comércio com o Irão.
Alguns dias depois, Moscovo declarou ter recebido as necessárias garantias.
No entanto, um importante obstáculo continua a bloquear as conversações, após o Irão exigir a retirada dos Guardas da Revolução, o exército ideológico da República islâmica, da lista negra norte-americana de "organizações terroristas estrangeiras".
Esta sanção, decidida pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump após a sua retirada do acordo, está oficialmente separada do 'dossier' atómico.
"Se o Irão pretender um levantamento das sanções que vá para além do JCPOA, deverá responder às nossas preocupações que vão para além do JCPOA", declarou na segunda-feira Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.
O acordo de 2015 concedeu uma suavização das sanções ao Irão em troca de restrições ao seu programa nuclear, para garantir que Teerão nunca poderia desenvolver uma arma nuclear, e que sempre negou pretender efetuar.
No entanto, após a retirada unilateral dos Estados Unidos e a reimposição de severas sanções económicas, o Irão também começou a não respeitar os seus compromissos.
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