Primeiro-ministro do Sri Lanka propõe encontro para ouvir manifestantes
O primeiro-ministro do Sri Lanka, Mahinda Rajapaksa, ofereceu-se hoje para um encontro com os manifestantes que ocupam há vários dias a entrada do gabinete presidencial, e ouvir as suas ideias para resolver a crise socioeconómica e política no país.
© Lusa
Mundo Mahinda Rajapaksa
Pelo quinto dia consecutivo, manifestantes mantêm-se no protesto em que exigem a demissão do irmão do primeiro-ministro, o Presidente Gotabaya Rajapaksa, responsabilizando-o pela pior situação económica do país em décadas.
Os manifestantes também exigem que outros membros da família abandonem o poder, acusando-os de corrupção e má governação.
O primeiro-ministro, num comunicado divulgado pelo seu gabinete, disse que está "disposto a falar" com representantes dos manifestantes que se encontram junto do gabinete do Presidente, na capital, Colombo.
No entanto, alguns manifestantes que falaram com a agência de notícias Associated Press (AP) rejeitaram a oferta do primeiro-ministro.
"Numa altura em que a maioria no país o rejeita, ele não devia oferecer-se para falar, devia ir para casa com todo o seu clã", declarou Nuwan Kaluarachi, um professor que está a participar na ação de protesto, enquanto outro manifestante insistiu que "a voz do povo, o que diz, é que toda a família Rajapaksa deve partir".
Os habitantes do Sri Lanka têm vindo a sofrer nos últimos meses uma escassez de combustível e de alimentos e cortes de energia diários, num país à beira da falência.
O Sri Lanka anunciou terça-feira que suspende os reembolsos da dívida externa, enquanto se aguarda a conclusão de um programa de reestruturação de empréstimos com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Além de procurar ajuda do FMI, o Governo recorreu à Índia e à China para pedir ajuda para lidar com a escassez.
Grande parte do descontentamento expresso nos protestos em curso tem sido dirigido à família Rajapaksa, no poder durante a maior parte das últimas duas décadas.
Mahinda Rajapaksa, num discurso na segunda-feira, procurou tranquilizar as pessoas garantindo que o Governo está a trabalhar para resolver os problemas financeiros do país, mas recusou-se a ceder o poder.
Os partidos da oposição, divididos, foram incapazes de formar uma maioria para assumir o controlo do parlamento.
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