"Durante os primeiros dois meses do ano, 47 crianças foram mortas ou mutiladas em todo o Iémen", durante uma escalada de violência, referiu, em comunicado, o representante do organismo da ONU no país, Philippe Duamelle.
Desde o início do conflito "mais de 10.200 crianças morreram ou ficaram feridas", acrescentou, apesar do comunicado alertar que o número real pode ser maior.
A Unicef acrescentou que mais de 2.500 escolas estão inutilizadas depois de terem sido destruídas, ocupadas por necessidades militares ou usadas como refúgio para deslocados.
A guerra no Iémen desde opõe desde 2014 os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, contra as forças do governo, apoiadas desde 2015 por uma coligação militar liderada pela Arabia Saudita e na qual os Emirados Árabes Unidos participam.
O Iémen regista uma das piores crises humanitárias do mundo.
A guerra provocou a morte a mais de 150.000 pessoas, de acordo com a organização especialista em análise de dados de conflitos Armed Conflict Location and Event Data Project. O número inclui combatentes e civis, sendo que o valor mais recente sobre civis mortos no conflito no Iémen é de 14.500 pessoas.
Além disso, os ataques aéreos sauditas mataram centenas de civis e atingiram infraestruturas do país, além de os Huthis terem usado crianças-soldado e lançado minas terrestres indiscriminadamente por todo o país.
A já muito debilitada nação ainda enfrentou a pandemia de covid-19 nos anos mais recentes e lida com fluxos de migrantes africanos que querem atravessar o Iémen para chegar à vizinha Arábia Saudita, rica em petróleo.
O país também está à beira de uma grave crise de fome há anos, que pode ser exacerbada pela guerra da Rússia na Ucrânia, já que o Iémen importa da Rússia e da Ucrânia cerca de 40% do trigo que consome.
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