As eleições para a câmara baixa deveriam, de acordo com um acordo recente, ser concluídas hoje e abrir caminho para a nomeação do Presidente, mas o vice-ministro da Informação, Abdirahman Yusuf, disse que o prazo passou para 15 de março.
"O Conselho Consultivo Nacional (...) expressou a sua deceção por não ter conseguido cumprir o prazo", acrescentou, numa intervenção feita via televisão.
O anúncio ocorre dias depois de o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertar que novos atrasos podem levar à interrupção dos programas da instituição.
O FMI deve concluir uma avaliação dos seus programas em meados de maio, incluindo vários pontos-chave sobre as futuras reformas que devem ser obrigatoriamente validadas pelo novo governo somali.
O atraso no processo eleitoral no país já vai em mais de 12 meses, num contexto de tensões no topo do Estado, entre o Presidente Mohamed Abdullahi Mohamed, conhecido como Farmajo, e o seu primeiro-ministro, Mohamed Hussein Roble.
Presidente desde 2017, Farmajo viu o seu mandato expirar em 08 de fevereiro de 2021 sem ter conseguido chegar a um acordo com os líderes regionais sobre a organização de eleições, regidas na Somália por um sistema complexo e indireto.
O anúncio em meados de abril da extensão do mandato por mais dois anos provocou confrontos armados em Mogadíscio.
Num gesto de apaziguamento, Farmajo deu instruções a Roble para organizar as eleições, mas as tensões entre os dois aumentaram desde então.
No início de janeiro, o primeiro-ministro e os líderes regionais chegaram a acordo para concluir as eleições parlamentares até 25 de fevereiro e Farmajo endossou o seu apoio a esse acordo.
No mês passado, os Estados Unidos da América ameaçaram impor sanções à Somália se a data não fosse cumprida.
As eleições para a câmara alta foram concluídas no final de 2021. Uma vez concluídas na câmara baixa, onde foram eleitos 175 dos 275 membros, as duas entidades poderão indicar o Presidente.
Leia Também: Somália. Pelo menos 13 mortos e 18 feridos em ataque de bombista suicida