Em declarações à agência Reuters, esta quinta-feira, a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, considerou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, está a gostar da atenção internacional dos exercícios militares russos nas fronteiras da Ucrânia.
A governante deste país, que também faz fronteira com a Rússia, acrescentou ainda que a situação é extremamente grave e que Moscovo não pode ser ignorado enquanto mantiver os mais de 100 mil soldados perto da Ucrânia.
"Acho que ele está claramente a divertir-se, sendo o centro das atenções no ocidente, porque houve anos em que talvez tenha sido um pouco esquecido", refere Kaja Kallas.
Acrescentou ainda que "agora, com os diferentes líderes ocidentais a visita-lo, e o mundo constantemente a especular o que é que ele está a pensar ou o que pode fazer... isso torna-o definitivamente muito importante".
Recorda-se que o Kremlin negou qualquer intenção de invadir a Ucrânia e diz que movimentos de tropas dentro das suas próprias fronteiras, bem como a exigência de garantias de segurança aos Estados Unidos e à NATO, são respostas legítimas a uma agressão ocidental.
Ainda no contexto deste conflito relembra-se que, esta manhã, monitores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) registaram vários bombardeamentos ao longo da linha de contacto entre os separatistas apoiados pela Rússia e as forças do governo ucraniano, no leste deste país.
Atos como este fazem com que os aliados acreditem cada vez menos no interesse russo em acabar com o conflito.
Sobre as negociações de paz em curso Kallas foi clara: "Sou muito cautelosa com qualquer tipo de negociação, de oferecer algo à Rússia, porque não devemos esquecer o quadro geral, que é que a arma está apontada para a Ucrânia e não se pode negociar sob a mira de uma arma".
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