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Moçambique. PR diz que guerra contra terrorismo entrou em fase "decisiva"

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse hoje que a luta contra "o terrorismo" entrou numa fase "decisiva" no norte do país, assinalando que a ação militar das forças conjuntas permitiu a intensificação do cerco e perseguição dos grupos armados.

Moçambique. PR diz que guerra contra terrorismo entrou em fase "decisiva"
Notícias ao Minuto

13:32 - 03/02/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Moçambique/Ataque

"Este ano, celebramos esta efeméride num momento decisivo na luta contra o terrorismo que ocorre nos distritos do norte desta província de Cabo Delgado", afirmou Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano falava durante o discurso alusivo às comemorações do Dia dos Heróis Nacionais, na sede do distrito de Mueda, província de Cabo Delgado, e que contou com o seu homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa, como convidado de honra.

As ações militares das Forças de Defesa e Segurança (FDS), grupos paramilitares de voluntários, a missão militar da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC) e das tropas do Ruanda permitiram o cerco e a perseguição dos grupos armados, acrescentou Filipe Nyusi.

"Nesta luta, continuamos a ter heróis anónimos, os melhores filhos desta pátria, que dia e noite e juntos com outros jovens dos países irmãos da SADC e do Ruanda, entregam as suas vidas para assegurar a integridade do nosso país e o estabelecimento da paz e da tranquilidade", enfatizou Nyusi.

Os insurgentes que protagonizam ataques em Cabo Delgado, prosseguiu, são uma ameaça à liberdade, tranquilidade e desenvolvimento de Cabo Delgado e de todo o país.

Evocando o facto de estar a discursar ao lado de um monumento em memória aos combatentes da guerra contra o colonialismo português, Filipe Nyusi apelou aos moçambicanos para se inspirarem na bravura dos heróis que lutaram pela independência do país em 1975.

"A partir desta terra, os moçambicanos deram passos decisivos e galvanizaram o acender da chama para que hoje fôssemos independentes", enfatizou.

O chefe de Estado moçambicano assegurou que as autoridades estão empenhadas na criação de condições para o regresso da população para as zonas recuperadas dos grupos rebeldes.

"'Nós não nascemos para viver em tendas'", disse Nyusi, reproduzindo o que disse ser os desabafos das populações acolhidas em centros de deslocados de guerra.

Referindo-se ao atual momento da pandemia de covid-19, Filipe Nyusi frisou a importância da vacinação e das medidas de prevenção de covid, observando que a pandemia a ser continua um desafio, apesar da redução do número de infeções e de óbitos nas últimas semanas no país.

Falando nas comemorações do Dia dos Heróis Nacionais, o Presidente sul-africano destacou o apoio de Moçambique na luta contra o antigo regime racista do "apartheid" na África do Sul, assinalando a unidade entre os dois povos.

"Os heróis moçambicanos entenderam que Moçambique nunca estaria livre sem a liberdade da África do Sul e, por isso, o povo sul-africano é eternamente grato ao povo irmão de Moçambique", frisou Cyril Ramaphosa.

Ramaphosa está em Moçambique para visitar as tropas da missão militar da SADC envolvidas no combate aos grupos armados na região norte do país lusófono.

O Estado moçambicano consagrou o dia 03 de fevereiro como Dia dos Heróis em homenagem ao fundador da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, Eduardo Mondlane, assassinado nesta data em 1969.

Mondlane morreu quando uma bomba escondida num livro que tinha nas mãos explodiu.

A Frelimo atribuiu o atentado à Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE), entidade do regime colonial português.

A escolha do distrito de Mueda para as comemorações do Dia dos Heróis deve-se ao facto de em 16 de junho de 1960 a polícia colonial portuguesa ali ter aberto fogo contra pessoas que contestavam a dominação colonial, matando cerca de 600 pessoas.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.

Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes.

Leia Também: Presidente da África do Sul visita Moçambique para reforçar relações

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