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Risco de guerra por Taiwan é o mais alto desde 1996

O risco de guerra por Taiwan, entre China e Estados Unidos, é o mais alto desde a crise dos mísseis, em 1996, alertou hoje um especialista chinês em relações internacionais, recomendando uma "avaliação cuidadosa" da situação.

Risco de guerra por Taiwan é o mais alto desde 1996
Notícias ao Minuto

14:29 - 21/01/22 por Lusa

Mundo Análise

Shi Yinhong, professor de relações internacionais da Universidade Renmin, em Pequim, apontou para a escalada de tensão no Estreito de Taiwan, face ao crescente apoio prestado pelos EUA à ilha.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força caso a ilha declare independência.

A reunificação com o território, objetivo que Pequim pretende alcançar no espaço de uma década, pode significar o uso da força ou a ameaça do uso da força, advertiu Shi, num fórum de relações internacionais, realizado na capital chinesa.

O especialista alertou para uma guerra e considerou que uma avaliação "séria e cuidadosa" da situação é mais necessária agora do que em qualquer outro período, nos últimos 25 anos, numa referência à crise dos mísseis no Estreito de Taiwan.

Em 1996, quando Taiwan preparava a sua primeira eleição presidencial direta, Pequim realizou uma série de exercícios militares e disparou mísseis para as águas ao redor da ilha, levando os EUA a destacar navios militares para águas internacionais próximas à ilha.

"É improvável que o Governo chinês dê aos Estados Unidos e Taiwan a impressão de que procura evitar completamente o conflito militar, pois Pequim acredita que isso levará a um aprofundamento do apoio dos EUA e tornará Taiwan mais determinado na procura pela independência", disse Shi.

Todas as partes devem avaliar a situação e estar preparadas, caso haja uma guerra por Taiwan, defendeu.

Também ex-primeiro-ministro de Singapura, Goh Chok Tong, alertou para a possibilidade de Taiwan se tornar um 'casus belli', expressão que remete para um evento que instiga uma guerra.

"Não acho que o continente [chinês] queira invadir Taiwan e reunificar o território pela força. No entanto, não há perspetiva de reunificação pacífica e [Pequim] pode acreditar que não tem outra opção", descreveu.

Goh disse que China e EUA deviam instalar um "telefone vermelho" semelhante às linhas de comunicação usadas pelos líderes dos EUA e da União Soviética, em 1962, quando as duas potências estiveram perto de uma guerra nuclear, no que ficou conhecida como a crise dos mísseis cubanos.

Nos últimos dois anos, a China aumentou o assédio militar, através de exercícios nas águas em redor da ilha e do envio de aviões de guerra em direção ao território.

Os Estados Unidos passaram também a enviar representantes oficiais a Taiwan, num gesto que quebra com o protocolo diplomático, e foi adotado também por alguns países europeus.

Depois da Lituânia, no início desta semana a Eslovénia tornou-se a última pequena nação europeia a fortalecer os laços com Taiwan, com planos para estabelecer escritórios comerciais no território um do outro.

"É difícil evitar a tendência da questão de Taiwan se tornar mais explícita e de longo prazo na Europa", disse Cui Hongjian, investigador do Instituto de Estudos Internacionais da China em Pequim.

Isto deve-se a mudanças políticas na Europa, mas também está relacionado com a competição geral entre a China e os EUA, que usam o seu sistema de alianças para conter Pequim, argumentou.

Leia Também: Taiwan anuncia crédito de mil milhões para apoiar comércio na Lituânia

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