"Em 09 de julho último, foram anunciadas sanções que seriam aplicadas ao Brasil, por um tradicional parceiro comercial, fundadas em compreensão imprecisa dos factos ocorridos no país nos últimos anos", lê-se na carta assinada por Luis Barroso.
O presidente do STF sublinhou que, "no Brasil de hoje, não se persegue ninguém", mas sim "realiza-se a justiça, com base nas provas e respeitado o contraditório".
Para Luis Barroso, as ações penais em curso, "por crimes diversos contra o Estado democrático de direito, observam estritamente o devido processo legal, com absoluta transparência em todas as fases do julgamento".
Esta carta surge depois de o Presidente norte-americano ter anunciado que vai impor uma tarifas de 50% aos produtos brasileiros, usando como uma das justificações que o processo contra Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado se trata de "uma caça às bruxas" e que este está a ser vítima de "perseguição".
Na sexta-feira, o Presidente brasileiro, Lula da Silva, endureceu o discurso e afirmou que se Donald Trump fosse brasileiro e promovesse uma invasão como a do Capitólio a 06 de janeiro de 2022, seria preso.
"Se o Trump fosse brasileiro e aqui tivesse um Capitólio e ele fizesse aquilo que fez nos Estados Unidos ele também ia ser preso", disse Lula da Silva, num forte discurso para pescadores artesanais e agricultores no estado do Espírito Santo.
Lula da Silva fez assim uma alusão ao processo no qual Jair Bolsonaro está a ser acusado por golpe de Estado, pelos acontecimentos que culminaram com o ataque de radicais aos três poderes em Brasília, a 08 de janeiro de 2023, num evento com semelhanças ao sucedido um ano antes nos Estados Unidos, a 06 de janeiro de 2022.
Apelidando Bolsonaro de "coisa", Lula criticou ainda Eduardo Bolsonaro, filho do ex-Presidente, por se encontrar nos Estados Unidos a fazer 'lobby' em prol do pai e de elogiar as tarifas anunciadas por Trump.
Sobre o processo no qual Bolsonaro é acusado, Lula da Silva disse que "ele vai ser julgado com base nos autos".
"Se ele for inocente ele será absolvido, como eu fui", sublinhou, avisando, contudo, que, "se ele for culpado, ele vai para a cadeia como todo o mundo tem que ir".
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