Os dois chefes de Estado mantiveram hoje uma conversa telefónica onde Putin congratulou Ortega quer pela sua reeleição, em novembro, quer pela tomada de posse, que ocorreu em 10 de janeiro.
O líder do Kremlin assegurou o "apoio inequívoco" de Moscovo aos esforços do governo nicaraguense para garantir a "soberania nacional" e manifestou a vontade para "continuar a contribuir" para o desenvolvimento social e económico do país da América Central.
Os dois presidentes abordaram o estado da cooperação bilateral entre Rússia e Nicarágua, especialmente nas áreas do transporte e agricultura.
Em concreto, os líderes salientaram a eficácia da cooperação na luta contra a pandemia de covid-19, com o envio de vacinas por parte de Moscovo e a produção conjunta em território nicaraguense.
Putin e Ortega também enfatizaram a importância de manter uma "estreita coordenação" na política internacional, no âmbito de uma associação estratégica entre Moscovo e Manágua.
O chefe de Estado de Nicarágua agradeceu ainda a Putin pela solidariedade da Rússia para com o povo nicaraguense.
Desde 2018 que a Nicarágua vive uma profunda crise sociopolítica, que resultou em centenas de mortos e que mantém Ortega distante de vários setores da população.
As eleições presidenciais e legislativas de 07 de novembro foram assinaladas pela ausência de sete potenciais candidatos da oposição à presidência, previamente detidos e acusados de "traição à pátria" e onde se incluía a independente Cristiana Chamorro, favorita em diversas sondagens. Três partidos da oposição também foram excluídos do escrutínio legislativo.
Ortega, 76 anos -- o líder da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) que em 1979 derrubou a ditadura de Anastácio Somoza e se manteve no poder até 1990 -- regressou ao poder em 2007 e foi reeleito para um quinto mandato de cinco anos, juntamente com a sua mulher e vice-presidente Rosario Murilo.
Este mandato começa sob novas sanções dos EUA e da União Europeia aplicadas a familiares e próximos de Ortega.
Ortega e Murillo foram empossados para um mandato de cinco anos em cerimónia oficial, que contou com a presença dos presidentes de Cuba, Miguel Díaz-Canel, da Venezuela, Nicolás Maduro, e das Honduras, Juan Orlando Hernández, e representantes da China, Federação Russa e Irão, entre outros.
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