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Cazaquistão. Presidente promete "firmeza máxima" contra protestos

O Presidente do Cazaquistão prometeu hoje "firmeza máxima" perante os protestos sem precedentes na ex-república soviética da Ásia central causados pelo aumento dos preços do gás, referindo "ataques em massa" à polícia que fizeram mortos e feridos.

Cazaquistão. Presidente promete "firmeza máxima" contra protestos
Notícias ao Minuto

16:34 - 05/01/22 por Lusa

Mundo Cazaquistão

Falando em russo numa mensagem à nação transmitida pelo canal de televisão estatal Khabar 24, Kassym-Jomart Tokaïev anunciou também que apresentará em breve novas propostas para transformar politicamente o país sacudido por violentos protestos, referindo que estes causaram "mortos e feridos", mas sem fornecer números.

"Em breve apresentarei novas propostas para a transformação política do Cazaquistão -- mantenho a minha anterior posição, a favor de reformas", afirmou.

O chefe de Estado denunciou "o alto nível de organização" das pessoas que participaram nos distúrbios que levaram à tomada da câmara municipal em Almaty.

"Chama a atenção o alto grau de organização destes bandidos. Isso é sinal de um plano de ação altamente organizado de conspiradores financeiramente motivados", sustentou.

"Há mortos e feridos", assegurou, condenando as "multidões de criminosos" que atacam os militares e os humilham, arrastando-os nus pelas ruas, e denunciando também a violação de mulheres e a pilhagem de lojas.

"A situação é uma ameaça para a segurança de todos os habitantes de Almaty. E não podemos tolerar isso. Além de Almaty, a situação é tensa noutras regiões, razão pela qual impus o estado de emergência", frisou.

Por isso, indicou, a partir de hoje assumirá a direção do Conselho de Segurança do Cazaquistão, até agora liderado pelo anterior Presidente cazaque, Nursultan Nazarbayev.

"Enquanto Presidente e, a partir de hoje, presidente do Conselho de Segurança, tenciono atuar com a firmeza máxima", advertiu Tokaïev.

"Trata-se da segurança dos nossos cidadãos, que se dirigem a nós com múltiplos pedidos de que os defendamos a eles e às suas famílias", argumentou, declarando-se "convicto de que o povo (o) apoiará".

O Presidente sublinhou que se manterá na capital em qualquer circunstância, junto do seu povo, o que definiu como seu "dever constitucional".

"Juntos ultrapassaremos este período negro da história do Cazaquistão e dele sairemos fortalecidos", declarou, agradecendo em seguida aos militares e polícias que enfrentaram os manifestantes e "sofreram baixas" e expressando-lhes as suas condolências.

Embora Tokaïev tenha hoje de manhã aceitado a demissão do Governo e proposto várias medidas para travar as manifestações, em várias cidades cazaques mantiveram-se os protestos, que foram especialmente violentos em Almaty, onde ficaram feridas mais de 500 pessoas, segundo as autoridades locais.

"Lamentavelmente, na madrugada de 05 de janeiro, intensificaram-se as atividades dos grupos extremistas: em consequência das suas ações criminosas, arderam mais de 120 veículos, incluindo 33 da polícia, ambulâncias e dos bombeiros", indicou o governador de Almaty, Kanat Taymerdenov.

No total, foram pilhadas mais de 120 lojas, 130 cafetarias e restaurantes e cerca de 100 instalações de pequenas e médias empresas.

"Foram agredidos mais de 500 civis, entre os quais 130 mulheres e idosos", disse Taymerdenov em comunicado, alertando que os ataques de extremistas e radicais não estão a abrandar e apelando para o fim da "escalada da violência".

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