O Presidente do Cazaquistão demitiu hoje o Governo em resposta a protestos numa província rica em petróleo do país da Ásia Central por causa do aumento dos preços do gás.
Uma ordem publicada no website presidencial indica que Kassym-Jomart Tokayev aceitou a demissão do Governo chefiado pelo primeiro-ministro do país Askar Mamin. O vice-primeiro-ministro Alikhan Smailov assumirá o papel de primeiro-ministro em exercício até à formação de um novo gabinete, acrescenta-se na mesma nota.
No dia anterior, o chefe de Estado declarou o estado de emergência de hoje a 19 de Janeiro na região rica em petróleo de Mangystau e em Almaty (sudeste), a capital económica.
Dois jornalistas da agência France-Press (AFP), que viram a polícia disparar para dispersar a multidão em Almaty na terça-feira, contaram pelo menos 5.000 participantes na manifestação. A polícia do Cazaquistão informou que foram efetuadas mais de 200 detenções e que dezenas de oficiais ficaram feridos durante as manifestações.
Things aren’t looking great in Almaty. Protestors have shot one of the national guard and it’s reported that doctors are working to save him. #казахстан #казакстан #kazakhstan pic.twitter.com/5e1QQlp7VH
— Luke (@LukeSt_K) January 5, 2022
Será introduzido um recolher obrigatório das 23h00 às 07h00. A polícia utilizou granadas atordoantes e gás lacrimogéneo para dispersar uma manifestação em Almaty, na terça-feira, contra o aumento dos preços do gás, que tinha reunido vários milhares de pessoas.
O protesto começou no domingo após uma subida de preços do gás natural liquefeito (GNL) na cidade ocidental de Janaozen, rica em recursos, antes de se espalhar para a grande cidade regional de Aktau, no Mar Cáspio.
Veja mais imagens dos protestos na galeria acima.
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