Era um dos mais procurados narcotraficantes de Espanha e foi, agora, apanhado pela Guarda Civil, juntamente com outras 16 pessoas, em Barcelona. Para se manter fora do radar das autoridades, vivia num dos bairros humildes da capital cosmopolita da Catalunha e operava a partir de uma gelataria que tinha sob a sua casa.
FAA, um espanhol de 43 anos nacionalizado marroquino, começou no mundo da droga ao fornecer haxixe. Atualmente dirigia uma das redes criminosas de tráfico de droga mais importantes de Espanha e era um dos narcotraficantes mais procurados internacionalmente.
Foram necessários dois anos de investigação para encontrar a rede de FAA. Esta fornecia droga a clãs do Estreito tão ativos quanto o 'Messi do haxixe' ou os Los Casñas.
A operação MVRAND da Polícia Nacional significou "o desmantelamento de uma das organizações criminosas mais importantes em relação à introdução de estupefacientes na Europa, bem como ao branqueamento de capitais", avança o jornal El Mundo.
Foram efetuadas 16 buscas em Barcelona, Vigo e San Roque (Cádiz) tendo sido apreendidos cerca de um milhão de euros em dinheiro, 10 carros de luxo, um barco, relógios e joias avaliadas em mais de três milhões de euros e 18 mil euros na lotaria de Natal .
FAA, o marroquino no mundo da droga há 20 anos
FAA começou neste 'ramo' do crime recolhendo fardos de haxixe, tendo evoluído, com o passar dos anos, para gerir uma rede de distribuição de droga aos clãs espanhóis através de águas internacionais.
Em Marrocos, onde tinha nacionalidade, tinha depósitos de droga, que o levava a águas internacionais para fazer o transbordo de fardos dentro de barcos para os clãs do Estreito.
O 'negócio' focou-se na cocaína, que trazia da Colômbia para o Golfo da Guiné e posteriormente transferia-a da África para a Europa usando Espanha como ponto de passagem.
FAA também dispunha de infraestrutura em Portugal para a circulação da droga. A rede gerida por este espanhol é considerada responsável pela introdução em Espanha de 4.300 quilos de haxixe em San Pedro del Pinatar (Múrcia) e 1.800 quilos de cocaína na costa galega, ambos em 2021.
O narcotraficante era também procurado pela introdução de 1.004 kg de cocaína na costa de El Jadida, em Marrocos, em dezembro de 2018. Tinha por este motivo uma ordem de detenção internacional em vigor.
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