Sondagem mostra que britânicos continuam divididos sobre relações com UE

Os britânicos continuam divididos sobre as relações com a União Europeia (UE) pós-Brexit e sobre quem tem a culpa sobre o atual impasse na questão da Irlanda do Norte, Londres ou Bruxelas, indica uma sondagem publicada hoje. 

Brexit, união europeia

© Reuters

Lusa
16/12/2021 15:16 ‧ 16/12/2021 por Lusa

Mundo

Brexit

No estudo do Conselho Europeu para as Relações Externas em Berlim (ECFR, na sigla em inglês), 39% dos inquiridos culpam o Governo britânico e 38% responsabilizam a UE.

As respostas são maioritariamente alinhadas com a orientação partidária: 71% dos militantes do Partido Conservador, liderado pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, culpam a UE, enquanto 67% dos eleitores trabalhistas e 70% dos eleitores liberais democratas, ambos na oposição e tradicionalmente pró-europeus, culpam o Reino Unido.

Porém, questionados sobre qual é o parceiro internacional que consideram mais importante, 39% dos britânicos elegeram a UE e só 22% escolheram os Estados Unidos da América (EUA), seguidos pela Austrália (6%). 

A maioria (54%) dos participantes no inquérito aos britânicos acredita estar em curso uma guerra fria entre os EUA e a China, mas 46% preferem que o Reino Unido se mantenha neutro e só 34% defendem que o Reino Unido deve apoiar os norte-americanos no caso de um conflito militar. 

A sondagem foi feita para um relatório do ECFR intitulado "Para além da Grã-Bretanha Global: Uma política externa realista para o Reino Unido", onde os autores argumentam que o Governo deve ter em conta a opinião dos cidadãos na elaboração da sua estratégia diplomática pós-Brexit. 

"O atual Governo britânico definiu-se a si mesmo e a sua ideologia em oposição à UE, isolando-se assim de uma abordagem mais flexível e independente. A investigação do ECFR demonstra que a ideologia do Governo reflete as visões anti-UE da sua base de eleitores conservadores, mas não da população mais abrangente do Reino Unido", conclui um dos co-autores do relatório, Nick Witney.

O diretor de pesquisa do ECFR, Jeremy Shapiro, também co-autor, sugere que o Governo britânico deve privilegiar a proximidade geográfica e relações históricas e económicas.

"Em vez de olhar para trás, para um século XIX esquecido, e para o outro lado do mundo, para um distante Indo-Pacífico, o Reino Unido pode obter a prosperidade e o respeito que deseja, concentrando-se na sua capacidade única de trabalhar bem com uma variedade de parceiros, especialmente a UE e os EUA, e usando a sua posição privilegiada nas instituições internacionais, o corpo diplomático de classe mundial e um esforço cuidadoso para manter o seu poder de influência [soft power] ainda considerável", afirma. 

Leia Também: Setor financeiro britânico ansioso por acordo com União Europeia

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