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Justiça marroquina autoriza extradição de chinês da minoria uigur

Um tribunal marroquino autorizou a extradição para a China de um cidadão chinês membro da minoria muçulmana uigur, detido em julho à chegada a Marrocos e procurado por Pequim por "atos terroristas", indicou hoje o advogado.

Justiça marroquina autoriza extradição de chinês da minoria uigur
Notícias ao Minuto

14:09 - 16/12/21 por Lusa

Mundo Diplomacia

"A justiça confirmou [quarta-feira] a extradição do meu cliente. Ainda não fomos ouvidos no julgamento e queremos saber as razões dessa decisão, que é psicologicamente muito dura para o meu cliente", afirmou Miloud Kandil à agência noticiosa France-Presse (AFP).

Yidiresi Aishan, também conhecido como Idris Hassan, 34 anos e pai de três filhos, foi preso a 19 de julho ao chegar ao aeroporto de Casablanca (oeste), vindo da Turquia, a pedido da China, que o responsabiliza por "atos terroristas cometidos em 2017" e o acusa de pertencer a uma "organização terrorista".

Aishan, um cientista informático que vivia na Turquia desde 2012 com a família, negou as acusações e "garante que não voltou à China desde 2012", indicou Kandil, que adiantou desconhecer uma data para a extradição.

As fronteiras aéreas de Marrocos estão encerradas devido à propagação da variante Ómicron do novo coronavírus, sendo exceção voos especiais de repatriamento sujeitos a autorização das autoridades marroquinas, caso a caso.

Ao chegar a Marrocos, Aishan, que possui nacionalidade chinesa, foi objeto de uma notificação da Interpol emitida a pedido de Pequim.

Segundo a Amnistia internacional (AI), a Organização Internacional para a Cooperação Policial cancelou, entretanto, o "aviso vermelho" emitido contra Aishan com base em novas informações recebidas pelo seu secretariado.

Mais de um milhão de uigures estão ou foram detidos em "campos de reeducação política" na província chinesa de Xinjiang, segundo várias organizações internacionais da sociedade civil ou dos direitos humanos.

Na semana passada, em Londres, após vários meses de investigação, um grupo de advogados e especialistas em direitos humanos concluiu que o tratamento dado pela China aos uigures "equivale a um genocídio", o que causou mal-estar em Pequim.

A Amnistia considera que o chinês detido em Marrocos "corre um sério risco de ser arbitrariamente detido e torturado se for transferido à força para a China".

"Ninguém deve ser devolvido a um país onde corre um risco real de ser torturado ou submetido a outros tratamentos ou penas cruéis, desumanas ou degradantes, ou a outros abusos graves dos direitos humanos", escreveu a Amnistia Internacional num comunicado após a detenção de Aishan.

O pedido de extradição é motivado "pelo trabalho que [Aishan] fez no passado para organizações uigures", denunciou então a organização de defesa dos direitos humanos, com sede em Londres.

A situação dos uigures, uma minoria predominantemente muçulmana que representa pouco menos da metade dos 25 milhões de habitantes de Xinjiang, foi denunciada por defensores dos direitos humanos em todo o mundo, o que fez aumentar a tensão entre a China e o Ocidente.

Leia Também: China acusada de genocídio pelo tratamento à minoria muçulmana uigure

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