ONG pedem apoio do Papa para fim da rejeição de migrantes na Grécia

Trinta e seis organizações não-governamentais (ONG) apelaram na quinta-feira à intervenção do Papa Francisco, durante a visita deste à Grécia, para que acabe a rejeição ilegal de migrantes e refugiados nas fronteiras greco-turcas.

Papa visita Chipre e Grécia com paragem nos campos de migrantes de Lesbos

© Getty Images

Lusa
02/12/2021 22:05 ‧ 02/12/2021 por Lusa

Mundo

Migrantes

 

A carta, dirigida ao Papa Francisco e divulgada esta quinta-feira, relata "informações sobre graves violações de direitos humanos nas fronteiras europeias, de onde chegam a ser enviadas pessoas de volta para a Turquia".

"Esta prática ilegal tem de acabar", criticam as ONG, que alertam que "o seu uso sistemático põe em perigo a vida das pessoas, incluindo as crianças, que muitas vezes acabam abandonadas no meio do mar".

As ONG, onde se incluem a Médicos do Mundo e a Liga Grega para os Direitos Humanos, apelam à capacidade de influência do sumo pontífice para que estas práticas terminem e se "estabeleça um mecanismo independente de vigilância das fronteiras que investigue estes acontecimentos".

E solicitaram ainda uma reunião com o Papa Francisco, que tem visita programada, entre sábado e segunda-feira, a Atenas e ao acampamento de migrantes na ilha de Lesbos.

O diretor do Conselho de Refugiados, uma das 36 ONG que elaboraram a carta, referiu que o clima em relação aos migrantes e refugiados é "hostil e tóxico".

As denúncias de rejeições de migrantes nas fronteiras greco-turcas aumentaram desde 2019, quando o governo conservador no poder na Grécia reforçou o controlo das fronteiras, com a ajuda da Agência Europeia de Proteção de Fronteiras (Frontex), para limitar o número de entradas de migrantes e refugiados.

O provedor de justiça do cidadão grego abriu na quarta-feira uma investigação à alegada expulsão ilegal de um intérprete afegão que trabalhava para a Frontex, que relatou ter sido "maltratado e rejeitado em setembro juntamente com quase cem migrantes na Turquia", na fronteira terrestre de Evros.

A comissária europeia dos Assuntos Internos, Ylva Johansson, realçou que espera que rapidamente se dê início a "uma investigação independente e completa".

Já o porta-voz do Governo, Yannis Economou, questionado sobre o caso, referiu que Atenas avalia "qualquer denúncia que surja de fontes credíveis e confiáveis".

O Governo grego sempre negou categoricamente as acusações de rejeições a migrantes e ainda não criou o mecanismo de investigação independente exigido pela Comissão Europeia.

O ministro da Migração da Grécia, Notis Mitarachi, revelou recentemente que pediu à Autoridade de Transparência para investigar as queixas sobre rejeições ilegais de migrantes.

 

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