A execução de Arman Abdolali, aos 25 anos, ocorreu durante a madrugada na prisão de Rajai Shahr, perto de Teerão, informou o portal oficial da autoridade judicial iraniana Mizan.
No passado dia 11 de outubro a organização Amnistia Internacional exortou o Irão a não executar o homem que tinha sido condenado em 2015 depois de ter sido acusado e condenado pelo assassinato de uma amiga, de 19 anos.
Na altura, as organizações não-governamentais internacionais consideraram o processo "grosseiramente injusto".
O acusado declarou que tinha escondido o cadáver num contentor de lixo, mas o corpo nunca foi encontrado.
Arman Abdolali foi condenado "num julgamento que teve como base confissões obtidas sob tortura", afirmou a Amnistia Internacional.
Another juvenile offender has been executed in Iran.
— IranHumanRights.org (@ICHRI) November 24, 2021
Arman Abdolali was executed at dawn today at Rajaee Shahr Prison in Kraj for a murder that took place in 2013--when he was 17. pic.twitter.com/BWvsBz5t51
"Este jovem não era um criminoso. Tal como a vítima era oriundo de uma família respeitável. Na prisão, Arman continuou os estudos para obter o diploma", disse o funcionário judicial Hadi Sadeghi aos jornalistas no passado mês de outubro, em Teerão.
"As duas famílias conheciam-se, sendo que a vítima e o acusado pretendiam casar-se", acrescentou.
Segundo o tribunal, o crime ocorreu na sequência de uma discussão provocada pela "vítima quando ela disse a Arman" que queria abandonar o Irão.
De acordo com o portal Mizan, a mãe da vítima disse que perdoava o "culpado" se Arman indicasse a localização do corpo da filha.
O homem voltou a ser condenado à morte em 2020, durante um segundo julgamento, sendo que o tribunal decidiu que o adolescente era responsável pelo crime apesar da "ausência de provas", acusou na altura a Amnistia Internacional.
No início de 2020, vários artistas iranianos partilharam uma mensagem através da rede social Instagram pedindo à família da vítima "para renunciar à aplicação da sentença".
Por lei, cabe à família da vítima perdoar ou não o acusado condenado à pena de morte.
Em 2020 e 2021, a execução de Arman Abdolali foi adiada várias vezes, devido às campanhas internacionais.
No ano passado, 246 pessoas foram executadas no Irão, de acordo com os dados da Amnistia Internacional.
O país é criticado com frequência pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e ONG internacionais pelas execuções de pessoas condenadas por crimes cometidos quando eram menores de idade, em clara violação da Convenção Internacional dos Direitos Humanos, ratificada por Teerão.
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